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Enviada em: 30/07/2019

Roberto DaMatta, em sua obra ''O que faz o brasil, Brasil?'', descreve uma distopia na qual relata a persistência do jeitinho brasileiro, devido ao caráter egoísta da sociedade e descaso do poder público com a corrupção. Entretanto, por ser um relato analista o livro parece refletir, em parte, a realidade atual, uma vez que os fatores dessa problemática estão relacionados com a falta de uma educação reflexiva e a imparcialidade governamental ao não cumprir com os seu direitos e deveres. Dessa modo, medidas sociopolíticas devem ser debatidas e compreendidas.         Nessa circunstância, a educação de senso crítico é o fator principal no desenvolvimento de um país. Hoje, ao ocupar uma boa posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto, e esse contraste de desenvoltura é refletido em atos desonestos. Sob esse âmbito, segundo o site UOL, essa realidade é justificável, já que cerca de 70% dos brasileiros afirmam beneficiar-se da sua situação econômica para corromper outros indivíduos no cotidiano. Dessa forma, uma analogia com a educação libertadora proposta por Paulo Freire torna-se possível, uma vez que defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e em seguida libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado, a imoralidade.       Outrossim, ainda que a Constituição Cidadã assegure direitos imprescindíveis, faz-se primordial a fiscalização por parte das camadas sociais para um cumprimento efetivo de sua real função. Uma justificativa para esse policiamento, por exemplo, é a cautela para que o aparato governamental não desampare o brasileiro com os escândalos de deturpação no qual a Operação Lava Jato vem combatendo. Nesse sentido, consoante o filósofo John Locke, não é dever do Estado proteger o cidadão do mal causado a si mesmo, e sim defendê-lo do que possam fazer contra ele, visto que negar o dever do ''contrato social'' é, de fato, direcionar o gerenciamento à negligência. Dessa maneira, urge a necessidade de  vigilância, já que o pacto entre governo e indivíduo é assegurado pela Constituição.       Convém, portanto, medidas para reverter tal situação. Desse modo, é preciso da atuação mútua entre Estado, educação e população. A esfera maior, por meio do Poder Legislativo, deverá investir na fiscalização do dinheiro público ao criar um portal da transparência que mostre todo o gerenciamento da máquina pública. É imprescindível também, que a escola promova a formação de cidadãos éticos, por intermédio da leitura e trabalhos em grupo, que envolvam a família, a respeito desse tema, visando ampliar a cortesia com a moralidade. E a sociedade, por fim, necessita tomar conhecimento dessa problemática mediate as pesquisas autônomas para tornar-se o órgão regulador do meio. Assim, a persistência do jeitinho brasileiro narrada por Roberto DaMatta será superada.