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Enviada em: 13/08/2019

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Essa frase do célebre educador Paulo Freire reflete diretamente acerca da importância da educação para o ser humano. Entretanto, percebe-se que essa tese não vem sendo respeitada, visto que persiste o “jeitinho” na sociedade brasileira. Isso ocorre, sobretudo, devido não só a negligência do Estado, mas também a deficiente atuação das famílias e escolas.   Em primeiro lugar, ressalta-se que a negligência estatal corrobora significativamente para a perpetuação do “jeitinho brasileiro”. Essa realidade é constatada pelo Índice de Percepção do Cumprimento a Lei, o qual afirma que 82% dos brasileiros acham fácil descumprir as normas, comprovando a ineficiência do Poder Público acerca de punir as irregularidades cometidas diariamente. Contudo, esse problema não é fácil de ser resolvido, uma vez que grande parte da população tanto adere quanto passa aos mais novos atitudes irresponsáveis, a exemplo de furar a fila em um banco, colar nas provas escolares ou beneficiar alguém por ser autoridade. Nesse contexto, muitos atos ilícitos com o tempo passaram a ser enraizados no país e vistos também,infelizmente, sendo colocados em prática por muitos políticos nos escândalos de corrupção.                                                                            Outrossim, é importante frisar que a baixa atuação das famílias e escolas dificulta a eliminação desse comportamento negativo na sociedade. Conforme o filósofo inglês John Locke, o ser humano nasce como uma folha em branco, sem conhecimento, e o adquire por meio das experiências. De modo similar, as crianças e os adolescentes são influenciados pelo meio em que vivem, desenvolvendo o pensamento crítico de acordo com os exemplos dos pais, professores e amigos. Nesse sentido, se desde cedo o indivíduo não for ensinado seja no âmbito familiar, seja no escolar, não somente a ser um cidadão ético, bem como respeitar as leis e negar qualquer tipo de favorecimento ilegal, tenderá a transmitir ensinamentos incorretos para os outros.                                                                                        Evidencia-se, portanto, que o “jeitinho brasileiro” precisa ser combatido. Nesse viés, cabe ao Ministério da Justiça , em parceria com a mídia, por meio do endurecimento das leis e divulgação de mensagens nas redes sociais ou televisivas , não apenas fiscalizar e punir com maior rigorosidade qualquer tipo de ato ilegítimo, assim como conscientizar a sociedade sobre agir sempre respeitando os direitos e deveres dos cidadãos, com o intuito de minimizar práticas irregulares oriundas do “jeitinho”.Ademais, é necessário que o Ministério da Educação juntamente com as famílias, mediante palestras nas comunidades, aulas e o diálogo, sensibilizem desde a infância até a fase adulta os indivíduos a rejeitar e identificar qualquer atitude desonesta, com a finalidade de que as pessoas mude para melhor o país.