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Enviada em: 10/05/2018

O filme "Histórias Cruzadas", de Tate Taylor, narra o ponto de vista de empregadas domésticas dos anos 60, que eram predominantemente negras e sofriam tamanhas discriminações. Ao se fitar a sociedade contemporânea meio século depois, percebe-se a prevalência dessas atitudes preconceituosas. Na verdade, fica subtendido a existência de uma "normatização" quando se trata desse tipo de intolerância.    Nesse contexto, o sistema patriarcal age com maestria. Durante o processo de formação e consolidação do Estado brasileiro, no século XVI, o pensamento etnocêntrico consolidou-se. O negro era visto apenas como escravo, sendo considerado inferior ao homem branco. Entretanto, esse cenário de horror permanece forte, pois seu reflexo continua a se propagar em meio à coletividade. Como substrato disso, percebe-se a marginalização dos negros, o que os leva à exclusão social.    Outra desatenção recai sobre atuação estatal. A ausência de legislação que preveja punições severas para quem comete racismo e os deficientes meios para que essas leis se cumpram agravam ainda mais o problema. Segundo o sociólogo contemporâneo Dr. Robert Ford, o Estado não é diretamente presente no combate ao racismo. Dessa forma, o produto dessa assertiva é o seguinte resultado : a cada 100 assassinatos no Brasil, 71 são negras.     Depreende-se, portanto, que há necessidade de uma reeducação social impendente. A escola pode contribuir através de didáticas especiais, ensinando as crianças da importância do altruísmo para com todos, independente da raça ou qualquer outro aspecto, a fim de iniciar o tratamento do problema desde a base, como prevenção. O Estado deve priorizar os crimes raciais, por meio da aplicação das leis existentes e penalidades intransigentes aos agressores, para que haja uma redução nesses casos. Logo, essa mazela será gradativamente vencida e os negros, então, experimentarão o "sabor" da igualdade.