Materiais:
Enviada em: 24/05/2018

O Brasil foi o último Estado do mundo a abandonar um processo desumano de trabalho chamado escravidão. Porém, já se passam 130 anos deste acontecimento e mesmo assim o racismo ainda persiste na sociedade brasileira. Dessa forma, o cenário hodierno torna-se desafiador, seja pelos preceitos históricos em torno desse tema, seja pela não aceitação da cultura dos povos negros, que já está miscigenada com várias outras culturas estrangeiras, dando forma a cultura de todo povo brasileiro.        Mormente, por volta de 1884 uma parte considerável do país já havia abolido a escravatura, processo que só teve fim em 1888 com a promulgação da Lei Áurea. Nesse contexto, desde o início da colonização brasileira houve casos de preconceito contra povos que de alguma forma delineavam externamente o padrão europeu branco. Inicialmente os malfadados foram os índios e posteriormente os negros. Constata-se, assim, que o preconceito é uma raiz que nasceu juntamente com a sociedade brasileira e o que se vive no presente é apenas o reflexo de um país que, no passado, importou o maior contingente de escravos africanos de toda a América. Logo, é preciso que o cidadão brasileiro que vive no século XXI, não tenha uma visão simplória dessa problemática e além disso não aceite discriminações contra povos afrodescendentes, sejam estas físicas, verbais ou virtuais.        Concomitante a isso, o Brasil é um país com uma enorme diversidade cultural desde os seus primórdios. Assim, a lógica seria que com mais de 500 anos de história todas essas culturas já fossem respeitadas pela maioria, senão por todo o corpo social. Outrora, muitas ainda não o são. E, coincidindo com o passado colonial e imperial, a mais desrespeitada destas é a africana, que sofre extrema discriminação, principalmente a respeito de seus rituais, os quais são divergentes da cultura cristã, por exemplo. Então, é notório que a miscigenação não exclui o preconceito, não obstante, infelizmente, culmina a favor dessa mazela.       De acordo com um dos maiores líderes negros da história, Nelson Mandela, uma das mudanças mais difíceis não é mudar a sociedade, mas cada um mudar por si. Sob tal ótica, acabar com a persistência do racismo no Brasil é uma missão penosa, outrossim não impossível. Infere-se, portanto, que medidas devem ser tomadas para transformar a sociedade em uma instituição mais respeitosa e igualitária. Assim, faz-se necessário, inicialmente, o apoio da mídia divulgando as problemáticas que envolvem o preconceito contra os negros e sua cultura no Brasil. Além disso, campanhas governamentais nas escolas de ensino fundamental são interessantes, pois como Mandela dizia a mudança mais complexa é a individual e se começar logo na infância há uma chance de facilitá-la.