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Enviada em: 28/05/2018

Em contradição à ideia de modernidade líquida trabalhada por Zigmunt Bauman, na qual tudo se liquefaz e se esvai, as manifestações de preconceito ainda mostram-se sólidas no dia a dia do povo brasileiro. Nesse sentido, fica evidente o insucesso do combate a essas posturas, o qual apresenta uma lacuna entre o discurso e a prática. Assim, é nítido a falta de criticidade da população que prefere reproduzir valores e visões arcaicas a ter que criar suas próprias convicções sobre determinado assunto.      Sob essa perspectiva, é importante ressaltar as raízes históricas do Brasil, que mesmo depois de 130 anos de abolição da escravidão negra, o racismo ainda continua visível. Ademais, há os "cegos" nacionalistas que afirmam a quase inexistência do preconceito racial, por se tratar de um país mesclado. No entanto, esta afirmação é utópica,  visto que, pesquisas divulgadas pelo Festival de Inovação de São Paulo, revelou que em um grupo de 200 pessoas, 67% deixaram de ser contratadas para uma vaga de emprego apenas por serem negros.     Em contrapartida, a ampliação de conceitos democráticos e também políticas de cotas, foram louváveis para amenizar esse problema. A lei, "Afonso Arinos",que proíbe o racismo no Brasil e a inclusão do ensino da história e cultura afro-brasileira começaram a modificar a consciência moral da sociedade civil. Porém, tais medidas ainda são insuficientes para extinguir essa herança cultural uma vez que, o brasileiro ainda enxerga com superficialidade essa temática ,dessa forma o povo tupiniquim permanece vendado por falta de senso crítico.         Fica claro portanto, que para consolidar o combate ao racismo deve-se estimular a atitude crítica. Todavia, a mídia, por meio de telenovelas, poderia inserir em seus roteiros negros em papéis de destaque, mostrando para a sociedade civil os obstáculos diários que estes ainda enfrentam, e também como forma de quebrar tabus e pensamentos obsoletos. A escola deveria aliar as aulas de humanas a debates e possíveis soluções para o racismo, estimulando desde cedo uma educação que estimule o indivíduo a formar-se crítico e consequentemente, capaz de formular seus próprios posicionamentos sobre quaisquer assunto e situação social. Assim, para que o preconceito possa se liquefazer, é imprescindível a valorização e o respeito, para que de fato a sociedade tenha um olhar aberto para novas possibilidades.