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Enviada em: 03/06/2018

Indignar-se diante de preconceitos raciais cometidos em períodos remotos- Escravidão, Colonialismo, Imperialismo- é desconsiderar aquilo que, verdadeiramente, acreditavam, como no darwinismo social. Tal ideologia, por exemplo, representava as primeiras teorias da humanidade, bem como a educação primitiva que fortalecia, cada vez mais, o racismo no século XIX. No entanto, a indignação é compreensível, hoje, perante uma sociedade reorganizada em valores e princípios éticos e morais, mas que persiste em comportamentos racistas.         A História do Brasil Colônia deixa claro que, por muito tempo, negros africanos e índios sofreram discriminações devido às características físicas, culturais e religiosas. Porém, ao longo do desenvolvimento social essas diferenças contribuíram para a formação efetiva da identidade do povo brasileiro. Hodiernamente, o Brasil é um dos países com a maior diversidade cultural e o segundo com a maior população negra, cerca de 52% dos brasileiros. Obviamente, não teríamos somente razões, hoje, para justificar o racismo às questões eurocêntricas, visto que boa parte dos brasileiros que praticam este crime não atribui à história da colonização.          Logo, as injúrias, difamação, violências físicas e verbais são praticados por aqueles alienados a padrões estéticos, culturais e crenças que marginalizam grupos sociais considerados fora dos paradigmas estabelecidos pela sociedade moderna. Por esta razão, o analfabetismo, a criminalidade, as dificuldades de ingresso nas universidades e o desemprego fazem parte da realidade de um povo que se vê, gradativamente inferiorizado.         Fica evidente, portanto, que a segregação social é resultado de um contexto que conserva ideias hierárquicas de culturas, mas que a evolução da humanidade não permite mais esta persistência. Sendo assim, compete às instituições de ensino, escola, igreja, centros comunitários, desenvolver projetos amparado à lei nº 10.639/2003 – que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira. Concomitantemente, recai sobre o Estado a responsabilidade de criminalizar casos de racismo, a fim de evitar a banalização do tema como mera liberdade de expressão. Desta forma, contribuíra-se para uma sociedade realmente evoluída e igualitária.