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Enviada em: 28/06/2018

Houve em agosto de 2017 nos Estados Unidos um atentado premeditado às pessoas que estavam em uma manifestação contra a intolerância racial. Essas personalidades que cometeram estas atrocidades, no entanto, são frutos de gerações que outrora exteriorizavam o mesmo ódio. Dessa forma, é importante discutirmos o racismo tanto em um viés sociológico quanto constitucional.     Segundo Émile Durkheim, importante sociólogo clássico, a sociedade se sobrepõe ao indivíduo. Nesse sentido, os fatos sociais moldam o homem sem que haja a percepção consciente da coercitividade social. Desse modo, ao voltar no tempo em que, por exemplo, negros não podiam nem beber da mesma água que brancos, vemos as influências dos fatos sociais da época que eram triviais e que perduram até hoje nas novas gerações.     Ademais, de acordo com a Carta Constitucional de 1988, é objetivo da República Federativa do Brasil promover o bem de todos sem preconceitos de origem e raça. Por outro lado, o Estado recrudesce a distinção de cor a partir do momento em que legitima a cota racial em processos seletivos de universidades públicas.     Assim sendo, é fundamental falarmos sobre questões raciais em um país tão miscigenado quanto o nosso. É preciso, portanto, que a Secretaria dos Direitos Humanos intensifique os anúncios publicitários contra a intolerância racial. Além disso, é necessária uma ação conjunta da Polícia Federal com outras instituições públicas para que haja — com mais empenho — investigações e apurações de crimes como injúria racial e racismo em âmbito virtual que estão balizados nas leis penal e constitucional.