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Enviada em: 17/07/2018

Stefan Zweig, autor austríaco, mudou-se para o Brasil, no século passado, devido à perseguição nazista. Maravilhado com o potencial da nova casa, Zweig escreveu um livro cujo título é proferido até hoje: "Brasil, o país do futuro". Entretanto, quando se observa a deficiência das medidas na luta contra o racismo, percebe-se que tal hipótese, infelizmente, não saiu do papel. Nesse sentindo, é preciso entender as verdadeiras raízes que sustentam o problema para que seja possível resolvê-lo.        Em primeiro lugar, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas dessa adversidade. De acordo com a teoria Aristotélica, a política deve ser utilizada para que, por meio da justiça, o equilíbrio seja atingido na sociedade. Assim, percebe-se que, no Brasil, o racismo rompe com a harmonia, haja visto que, embora a Constituição - através do princípio de isonomia - garanta a igualdade entre todos os indivíduos, muitos cidadãos se utilizam das diferenças culturais para externar preconceitos e segregar pessoas que agem e/ou pensam de maneira divergente. Dessa maneira, entende-se que os investimentos públicos não foram - e ainda não são - suficientes para romper esse estigma sobre o tom de pele.        Além disso, ao avaliar o racismo sob uma óptica histórica, notam-se que os fenômenos decorrentes da formação nacional ainda se perpetuam na atualidade. Conforma a ideia do cientista Einstein, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Dessa maneira, fica claro que as inúmeras repugnâncias sobre os negros possuem raízes no passado, haja visto que a escravidão estigmatizou esses seres como "inferiores". Assim, criou-se uma visão deturpada que, lamentavelmente, instaurou o medo e a intolerância ao diferente. Por isso, é indiscutível a importância do papel do poder público, haja visto que, muitas vezes, o preconceito é reproduzido por falta de sensibilização que contraí o senso comum.        Fica claro, portanto, que o racismo é uma chaga social que demanda de solução imediata, pois fere a liberdade individual. Cabe, então, ao Estado - por seu caráter socializante e abrangente -, representado pelo Ministério da Educação, a ampliação dos debates nos ambientes escolares brasileiros que visem demonstrar o papel do negro na construção da história, utilizando ferramentas como feiras de humanas, no intuito de que o alunado brasileiro conheça personagens como Zumbi dos Palmares. Espera-se, com isso, que a hipótese criada por Zweig se torne uma verdade para que, assim, seja possível um país mais plural e justo.