Enviada em: 12/08/2018

O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, fato esse que deixou marcas profundas na sociedade. Com isso, é preciso pensar o lugar que a ciência desempenhou na solidificação do preconceito contra os negros. Para lutar contra o racismo é preciso inicialmente confessar que ele existe. Sem essa confidência tira-se do foco do alvo que se quer atingir. O panorama geral da escravidão no Brasil, recomposto por diversos historiadores exibe que o regimento escravista não foi menos brutal do que em outros países. Ao contrário, podemos auferir uma violência cotidiana, multiforme e naturalizada, que nos dá pistas para o entendimento do racismo brasileiro atual. Maquiavel, filósofo italiano já dizia que "os preconceitos têm mais raízes do que os princípios", ou seja, o preconceito tem raízes históricas, e mesmo que a família tente incutir em sua prole a moral, ela reproduz o que vê em casa. Portanto, é preciso repensar conceitos e reproduzir aos filhos o que é certo de fato, para tentar assim extinguir os preconceitos tão arraigados em nossa sociedade. Pois, mudamos a aparência, mas a essência das relações não mudou. E, para modificar esse quadro em nosso país há um grande desafio: que a família repense seu modo de criação das novas gerações, que não reproduzam as desigualdades raciais e não suavizem as crescentes atitudes e comportamentos raciais. É preciso ainda que o Ministério da Educação junto com as famílias eduquem as crianças quanto ao respeito às diferenças, que valorizem e incentivem esse comportamento, que seja proporcionado e estimulado a convivência de crianças de diferentes etnias e raças em todos os lugares, inclusive na escola. É necessário também que tanto o Governo quanto a sociedade reconheça que as desigualdades existem, e que isso seja discutido em todas as instâncias, pois todos têm papel importante na desconstrução de esteriótipos como na promoção de relações igualitárias e respeito a diversidade. Dessa forma haverá uma transformação do país no tange essa problemática tão antiga em nosso meio.