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Enviada em: 30/09/2018

"Eu Não Sou Seu Negro", documentário indicado ao Oscar em 2017, mostra a realidade americana que não muda desde o começo da história do país, existindo um descompasso entre brancos e negros. De forma análoga, no Brasil, não há dúvidas de que o racismo ainda é uma realidade que permanece, devido a fatores histórico-culturais, e que geram terríveis consequências a essa parcela da sociedade.       Mormente, é indispensável destacar que o racismo tem suas origens no tráfico negreiro e vai se estender ao longo da história brasileira. Ou seja, essas pessoas foram trazidas contra a sua vontade e perderam a liberdade de tudo, tendo a sua cultura negada e marginalizada. Por isso, muitas pessoas, ainda hoje, relacionam o trabalho do negro a atividades braçais e de segunda classe, basta lembrar da expressão popular “serviço de preto”. No entanto, não é razoável que ainda haja esse tipo de preconceito.       Outrossim, não é difícil ver as manifestações de racismo no dia a dia da vida social brasileira. Por exemplo, uma pesquisa realizada pelo Instituto Ethos mostrou que, apesar de 55% da população nacional ser afrodescendente, no quadro de executivos das 500 maiores corporações do Brasil, apenas 4,7% é ocupado por esse público. Além disso, de acordo com o Atlas da Violência 2017, de cada 100 pessoas assassinadas no país, 71 são negras. Embora as correntes físicas não existam mais, tais dados evidenciam que elas permanecem de forma social.     Destarte, é indubitável que o racismo ainda vive entre nós. Neste sentido, pensar em uma educação de qualidade como caminho para amenizar essa problemática, parece bastante válido. Para isso, cabe ao MEC capacitar gestores e educadores, por meio de formações em EAD para trabalhar conteúdos que valorizem a cultura negra. Além disso, os gestores precisam mobilizar a comunidade do entrono escolar para que juntos possam refletir a respeito das graves consequências que ele pode trazer. Espera-se que, dessa forma, possamos ter no Brasil uma realidade diferente daquela retratado pelo documentário “Eu Não Sou Seu Negro”.