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Enviada em: 16/10/2018

Racismo: segregação no passado, igualdade no presente     O Determinismo, teoria filosófica discutida nos séculos XIX e XX, conceitua que o homem é reflexo do contexto em que ele está inserido. Nessa perspectiva, denota-se o processo histórico nacional com relação a escravidão de africanos, que foi uma das principais características do período colonial, no qual a cor da pele foi um elemento de caráter segregador. Assim, ainda na contemporaneidade, persiste no ideário brasileiro a promoção do racismo, gerado essencialmente por uma constante prática de hipocrisia social bem como carência de representatividade negra em cargos públicos.      Em primeira análise observa-se o ambiente sociorreligioso do Brasil. Nesse sentido, evidencia-se o país como palco de inúmeras manifestações e crenças ligadas à diversos símbolos culturais. Sob esse viés, destaca-se a padroeira nacional, Nossa Senhora Aparecida: uma santa amplamente representada com a pele escura e chamada por muitos como a “Mãe negra” da nação, o que a caracteriza como símbolo máximo de amor e compaixão ao próximo. Contudo, o dogma de respeito e empatia que a imagem representa, ainda não são características instituídas na esfera social brasileira, já que, grande parte dos fiéis que aclamam a figura de uma divindade negra, são em algumas das vezes, disseminadores do ódio contra jovens negros em locais públicos e até mesmo em universidades; como  foi o caso de um aluno afrodescendente discriminado racialmente dentro da Fundação Getúlio Vargas.      Outrossim, a carência de representação negra em cargos políticos fomenta a promoção desse crime inafiançável. No Brasil, segundo dados, grande parte da população é autodeclarada negra. Entretanto, a representatividade dessa maioria demonstra-se escassa na esfera política do país. A exemplo disso, observa-se que no estado de São Paulo, dos atuais 94 parlamentares da Assembleia Legislativa, somente quatro são negros, ou seja, apenas 4,2 por cento do total. Nessa óptica, nota-se defasagem de candidatos negros no contexto sociopolítico brasileiro, que ligados a um constate desamparo federal, não conseguem ter e dar voz à luta contra o racismo.      Destarte, para que o preconceito racial torne-se uma concepção ligada unicamente ao passado, é fundamental que o Governo Federal, unido ao Ministério da Educação, promova palestras elucidativas em institutos educacionais bem como fomente campanhas midiáticas em veículos cibernéticos, como as redes sociais, que identifique e conscientize a respeito das diversas ações hipócritas, com teores racistas, praticadas diariamente. Além disso, é essencial que o Ministério Público, aliado ao Poder Legislativo, institua, por meio da criação de uma lei, cotas raciais nos diversos partidos políticos do país que passem a adotar medidas de inclusão para negros, promovendo a igualdade no presente do Brasil.