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Enviada em: 02/11/2018

Policarpo Quaresma, o patriota de Lima Barreto, decidiu em seu "Triste fim" dedicar toda sua vida ao estudo da pátria, por querer muito contribuir para sua prosperidade. Hodiernamente, a postura inapropriada de muitos brasileiros frente à tolerância racial, talvez o fizesse repensar acerca de sua decisão. Nessa perspectiva, surge a problemática do racismo que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja por questões sociais enraizadas, seja pela educação deficitária.       A princípio, vale ressaltar, que segundo o conceito da “banalidade do mal”, proposto pela filósofa alemã Hannah Arendt, que se refere a tolerância, banalização e normalização daquilo que é assumidamente antiético na sociedade. O preconceito racial por ser um fato habitual, repetitivo e sem intervenção estatal eficiente cria um conformismo nacional, em parcela considerável da população, o qual não só aliena os cidadãos perante ao assunto, como também oculta a real magnitude do problema.       Além disso, pode-se apontar, que de acordo com o Fundo Monetário Internacional, o Brasil ocupa a nona posição na economia mundial e seria racional acreditar que possui um sistema público de ensino eficiente. Entretanto, a prática de discriminação por causa da cor da pele demonstra nitidamente o contrário. Uma vez que os jovens estão, muita das vezes, praticando esses atos dentro das próprias salas de aula influenciados por vieses ultrapassados do chamado "Darwinismo Social", em que existiria uma raça "superior". Desse modo, sendo agravado o cenário no Brasil.      Logo, cabe ao Ministério da Educação criar um programa, ministrado por psicólogos, para ser impulsionado nas instituições de ensino, o qual promova palestras, apresentações artísticas e saraus abertas ao público civil a respeito do convívio harmonioso entre os mais diferentes tipos de raças, dado que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador, a fim de que, consequentemente, a comunidade escolar e a sociedade no geral se eduquem. Assim, poder-se-á criar um legado de que Policarpo Quaresma pudesse se orgulhar.