Enviada em: 03/04/2019

No período colonial, negros africanos foram trazidos como escravos sob a hipótese de que eram uma sub-raça. Infelizmente, apesar de a Constituição vigente tratar o racismo como crime inafiançável e imprescritível, essa ideia persiste na sociedade brasileira. Nesse contexto, torna-se necessário vencer esse preconceito secular que dilacera o Brasil em dois países: o dos privilegiados e o dos despossuídos.    Em 1888, a Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil, porém, os negros libertos não tinham renda ou moradia, não receberam educação formal e não foram apoiados com programas governamentais para a sua integração na sociedade. Sem muitas oportunidades de ascensão, eles permanecem até hoje em desvantagem social, além de sofrerem diariamente com o racismo. Segundo a ONU, no país, a violência, a criminalidade e a pobreza continuam a ter uma cor. Isso representa um obstáculo para uma nação democrática que deve oferecer igualdade de oportunidades para todos.    Ademais, apesar de racismo ser inconstitucional, e o Estatuto da Igualdade Racial ter sido sancionado em 2010, os afrodescendentes continuam sendo o alvo preferencial da violência e da discriminação no Brasil. Segundo o Atlas da Violência de 2018, organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em uma década, enquanto a taxa de homicídios de negros cresceu 23,1% a de não negros reduziu 6,8%. É como se vivessem em dois países completamente distintos. O que revela a real face da sociedade brasileira: preconceituosa e assassina.    Portanto, em virtude do que foi mencionado, observá-se a necessidade de uma intervenção a longo prazo, que corte as raízes da discriminação racial. Isso, só a educação consegue fazer. Dessa forma, o Ministério da Educação deve introduzir nas escolas públicas e privadas, nos níveis médio e fundamental, a disciplina Respeito. Com aulas semanais e interativas. Assim, os alunos aprenderão a conviver e a respeitar o outro, sem distinção de cor, gênero, orientação sexual ou religião.