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Enviada em: 04/05/2019

Opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bourdieu não se refere somente a violência física, mas, sobretudo no desrespeito e na repercussão de preconceitos que atenta contra a dignidade humana. Nesse sentindo, a julgar pelo panorama atual, o Brasil apesar de se destacar entre os países ocidentais que mais possuem uma população miscigenada e diversidade cultural, ainda é evidente a permanência do racismo na sociedade. Essa conjuntura se enquadra no conceito de Bourdieu, já que a discriminação por conta da cor de pele vai de encontro aos Direitos Humanos.     É válido ressaltar que o preconceito em relação às pessoas de pela negra se encontra de forma contínua no Brasil. Isso acontece, uma vez que a colonização do país se deu por meio da escravidão, principalmente africana que foi abolida tardiamente em meados de 1888, em que essa abolição não inseriu os escravos libertos no sistema educacional e muitos menos no mercado de trabalho, no qual resultou na marginalização desse povo que permanece até os dias de hoje. Nesse contexto, muitos afrodescendentes são alvos comuns de ofensas e injúrias de cunho racial com base em sua cor. Ademais, tal preconceito estende-se ao ambiente de trabalho, posto que em muitas empresas seja difícil ver um negro ocupando cargos de chefia, além de boa parte receber salários inferiores, ainda que possuam a qualificação requerida.      Embora essa realidade seja perceptível no meio social, é sabido que houve uma evolução cidadã no que tange aos direitos e a representatividade dos negros. Isso transcorre tanto quando se trata da Constituição de 1998 que condena qualquer tipo de racismo quanto o Estatuto da Igualdade Racial promulgada em 2010 que garante a igualdade de oportunidades da população negra. Nesse prisma, houve por parte do Estado diversas políticas públicas para inserir o afro-brasileiro no ensino superior e posteriormente no mercado de trabalho. Além disso, atualmente, mesmo que seja de forma gradativa, na mídia a imagem negra está sendo representada.       Fica claro, portanto, a necessidade de medidas que possam atenuar ou até mesmo extinguir práticas racistas que contrapõe a dignidade do indivíduo. À vista disso, é considerável que o governo junto à mídia, invista massivamente em campanhas publicitárias que trata da diversidade étnica do Brasil, com o propósito de mostrar que todos são iguais. Outrossim, é função da escola, realizar palestras nas salas de aulas sobre a história do povo afro-brasileiro, mostrando suas lutas contemporâneas, seu passado e a cultura, por meio de profissionais da área- historiadores e sociólogos-, a fim de formar cidadãos mais conscientes,pois para Émile Durkheim, o indivíduo só poderá agir na medida que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende.