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Enviada em: 30/04/2019

O livro ‘Minha vida de menina’ da autora mineira Helena Morley, conta sua história por meio de uma pseudônima que descrevia em um diário tudo que acontecia. A história se passa logo após o fim da escravatura brasileira, trazendo em seu enredo o preconceito e o racismo sofrido pelos recém “libertados”. Não obstante do clássico literário e após mais de um século da abolição da escravidão, o racismo e a desigualdade com os grupos classificados como marginalizados se perpetua.     É importante ressaltar, que no Brasil o racismo está diretamente ligado com a escravidão. O período de colonização da América portuguesa foi marcado por violentas opressões aos povos africanos instalados para manter o sistema plantation. A escravidão só foi abolida em 1888, por meio da Lei Áurea, onde o clássico de Helena Morley se passa. O livro de essência simplista mostra inúmeros casos de racismo, onde negros eram denominados como “gente escura” que não tinham valor ou importância, não possuíam inserção ou igualdade na sociedade. Atualmente, é possível traçar um paralelo com essa realidade, pois apesar das ações afirmativas, os negros são tratados como marginais e devido a situação histórica mal resolvida, boa parte dos indivíduos sofre com a pobreza, descriminalização e situações degradantes que são submetidos.     Cabe mencionar, que segundo Nelson Mandela “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender...”. Sob esse viés, o enraizamento da cultura racista no Brasil faz manutenção do pensamento que coloca o negro como raça inferior as demais, que não possuem poder de ascensão social e que são e sempre serão atrelados à criminalidade. Exemplo disso, é a dificuldade de os indivíduos aceitarem as figuras negras. Machado de Assis, grande escritor brasileiro por diversas vezes foi ilustrado com pele clara, sendo negro. Ademais, conquistas de pessoas negras são diminuídas ou tratadas como exceções, fato que desestimula parte dos indivíduos que poderiam se inspirar e buscar o sucesso.     Torna-se evidente, portanto, que o racismo na sociedade se enraizou devido ao seu contexto histórico. Diante disso, são necessárias ações para amenizar e extinguir a problemática. Em primeiro plano, o governo deve utilizar do Ministério da Educação para intensificar as ações que promovem educação básica de qualidade e formação técnica em escolas públicas. De outra parte, as empresas de telecomunicações devem criar, por meio de seus profissionais, propagandas que incentivem a aceitação negra com a finalidade de combater as práticas do racismo. Dessa forma, enraizamento da cultura preconceituosa será extinta e a equidade será estabelecida.