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Enviada em: 05/05/2019

O racismo na sociedade brasileira persiste, ainda que de maneira velada, pois é fruto de uma construção ideológica que se deu ao longo da história visando dominação e escravização dos negros.    O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, em 1890, com a Lei Áurea. Quando a lei foi instituída, deu a liberdade aos escravizados; porém, não foram garantidos nenhum amparo social, político e econômico ao grande contingente de libertos. Porque, os negros, na condição de escravos, não possuíam moradia ou dinheiro. Logo, diversas gerações se desenvolveram desprovidas de direitos básicos aumentando a desigualdade entre a população negra.   Em contrapartida, alguns, dando voz ao discurso meritocrático, argumentam que os imigrantes europeus viviam em condições análogas à escravidão e, ainda assim, conseguiram se desenvolver através das colônias criadas no sul do país. Porém, na região sul do Brasil, esses imigrantes ganharam a propriedade da terra e esse benefício nunca foi concedido aos negros.     Além disso tudo, cientistas, através da teoria da evolução, insistiam nas diferenças biológicas entre brancos e negros. Por exemplo, no Brasil, a crença nas diferenças morais e comportamentais entre as raças, levou o médico baiano Raimundo Nina Rodrigues defender a criação de dois códigos penais um para brancos e outro para negros. Segundo esses cientistas, a igualdade de direitos e deveres era uma ilusão.     Diante do exposto, o problema é que essas leis e teorias científicas enraizaram o racismo ao longo da história e, atualmente, persiste no senso comum que se a população negra está em desvantagem política, social e economicamente, isso se daria devido a falta de esforço ou incapacidade intrínseca a raça. Portanto, se faz necessário que o Ministério da Educação, através de projeto de lei, implemente nas escolas, privadas e públicas, de ensino fundamental ao médio, a obrigatoriedade de aulas que abordem os conteúdos de diversidade cultural e étnica e, também, aulas que contem a história de como, não só negros, mas, diversas populações foram escravizados resultando em desigualdades persistentes até os dias atuais. Essas aulas deverão ser ministradas por professores de sociologia, filosofia e história com intuito de levantar a reflexão de que a pobreza e diferenças sociais são resultantes de políticas discriminatórias e excludentes. Assim, através da consciência social, os brasileiros serão capazes de combater o racismo vigente.