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Enviada em: 05/05/2019

A Ponta do Iceberg         "O lobo perde o pêlo mas não perde o vício" quem nunca ouviu o famoso provérbio do lobo, tal afirmação demonstra-se como uma descrição do racismo no Brasil, que mesmo passado mais de um século a abolição da escravidão, a discriminação de raça continua a se perpetuar na sociedade de forma discreta, os negros no Brasil, em especial os homens, correspondem a parcela da população mais exposta a violência, segundo dados do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. É notável a aversão da sociedade brasileira para com hábitos vindos da África devido à visão eurocêntrica instituída no país e sua longa história de escravidão.     Nesse sentido, tal repulsão pela cultura africana aparece de forma discreta, por exemplo ao se chamar rituais do cadomblé genericamente de "mácumba" ou visualizar o terreiro como um lugar de "bruxaria", contra os bons costumes, essa perspectiva fantasiosa é reforçada pela mídia por meio de visões estereotipadas desses locais. Conforme dados compilados pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa mais de 70% dos casos de atos violentos entre 2012 e 2015 são contra praticantes de religiões de matrizes africanas, tal situação de aversão cultural se reflete nessas estatísticas.     Outrossim, vale ressaltar novamente a vulnerabilidade do negro a agressões e a morte no Brasil, o racismo cultural está nas raízes da nação e do Estado, por exemplo um jovem negro é alvo de suspeitas pela polícia e pela população muita mais frequentemente que um branco, também são um dos grupos que devido à sua marginalização se envolvem com atividades criminosas mais facilmente. De acordo com dados do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública "Das 61.283 mortes violentas ocorridas em 2016 no Brasil(...): a maioria das vítimas são homens (92%) e negros (74,5%)".     Em suma, vale reiterar o papel da mídia nessa situação e como a mesma pode colaborar para mudar tal cenário ao promoverem um modelo mais realista e justo de se apresentar a cultura afro no Brasil, por meio de telenovelas e seriados, para amenizar tal discriminação. Em se tratando de possíveis atuações, se faz de grande relevância a ação das famílias que devem educar seus jovens de modo que entendam a importância da cultura africana, por meio da leitura de livros e não só mas também narrativa de histórias, afim de promover o respeito à essa parte importante, todavia esquecida da história.De mesmo modo, é importante que o Ministério da Educação crie projetos de ensino sobre a parte africana da história do Brasil, por intermédio de aulas diferenciadas sobre o tema, com o intuito de criar novas gerações abertas as novas idéias e visões de mundo além da perspectiva do colonizador.