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Enviada em: 06/05/2019

Após a Segunda Guerra Mundial, foi promulgada pela ONU, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que postula os direitos básicos inerentes ao ser humano, independente de raça, sexo, ou qualquer outra condição. Nesse sentido, a persistência do racismo no Brasil denuncia o distanciamento do país perante esse ideal. Logo, faz-se necessário avaliar as causas sociais e históricas que corroboram para que esse comportamento ignorante ainda seja tão presente na sociedade.       Sabe-se que, socialmente, o racismo é pautado no etnocentrismo. Tal postura social foi discutida por Hebert Spencer, sociólogo positivista criador do Darwinismo Social. Essa corrente sociológica postula a superioridade de uma raça perante as outras, por, teoricamente, ser dotada de mais racionalidade. Nessa lógica, os atos de conquistas territoriais desenvolvidos pelo imperialismo europeu foi pautado nesse raciocínio. As consequências foram desastrosas, principalmente para a população africana. Nesse contexto de imperialismo, o Brasil foi colonizado, e assim, o racismo foi enraizado na sociedade brasileira.       De fato, a discriminação racial ainda é deveras presente no Brasil devido a forma como esse foi estruturado. Com a vinda dos portugueses também foram trazidos os escravos, haja vista que naquela época o tráfico negreiro era uma atividade extremamente lucrativa. Nesse contexto, a sociedade brasileira foi estabelecida pautada em um regime escravocrata durante séculos, e, mesmo após a abolição da escravatura, em 1888, não foram tomadas medidas inclusivas para a população negra. Por conseguinte, essa parcela da sociedade foi marginalizada e, hodiernamente, continua sendo estigmatizada, tornando desigual a distribuição de oportunidades, seja de trabalho ou de estudo, diante da parcela branca da população.       Sabendo, pois, das causas sociais e históricas da discriminação racial, faz-se mister a intensificação da discussão sobre o tema nas salas de aula, tendo a obrigatoriedade da abordagem garantida pelo Ministério da Educação, com a finalidade de construir uma geração mais esclarecida a respeito do assunto, e assim, mitigando a longo prazo essa problemática. Ademais, a curto prazo, devem ser agravadas as penas por racismo por parte do Governo Federal e dos orgãos competentes. Com isso, bons valores morais serão estabelecidos pautados na ação educacional e jurídica, para que assim, não só todos os direitos inerentes à dignidade humana sejam garantidos, mas também para que, aos poucos, seja paga a divida social contraída ao longo de séculos para com essa parcela da população.