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Enviada em: 08/07/2019

Desde a Revolução Francesa - processo desenvolvido para corrigir as desigualdades sociais- é perceptível que a sociedade só evolui quando há a união da população em prol de uma causa. No entanto, quando se observa os altos índices da persistência do racismo no Brasil, verifica-se que esse ideal revolucionário é constatado na teoria e, não, desejavelmente, na prática. Devido a isso, a problemática persiste inerentemente ligada à realidade da nação. Nesse contexto, convém analisar as principais causas de tal postura negligente para com a sociedade brasileira.      A priori, é inegável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo da educação Paulo Freire, se a educação, por um lado, não altera o mundo, por outro, sua ausência torna inviável qualquer mudança. De maneira análoga, tal fato reflete-se nos ínfimos investimentos governamentais em medidas na base educacional que incentivam o ensino em escolas, sobre a importância da erradicação do racismo e as consequências que essas alienações sociais podem causar ao país; e, devido à falta, tanto de administração quanto de fiscalização pública, por parte de algumas gestões, isso não é firmado.       Por conseguinte, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil tem aumentado e supera em 2,5 vezes a possibilidade de um jovem branco ser vítima de homicídio. Tal situação está associada às altas taxas de desdenho social acerca da proliferação de crimes raciais causados pelo enraizamento da cultura racista no território nacional, sendo um impulsionador desse impasse. Nesse sentido, o sociólogo Durkheim afirma que o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Nessa lógica, nota-se que é imprescindível que ocorra uma mudança da mentalidade social, para que haja uma transformação gradativa das atitudes coletivas sobre essa ação prejudicial.       É mister, portanto, que indivíduos e instituições cooperem para atenuar essa problemática. O Governo Federal deve, por meio de leis, aumentar as verbas públicas destinadas à educação, a fim de proporcionar uma maior deliberação dos estudantes. Além disso, para que ocorra uma mobilização da sociedade a respeito do problema, compete ao Estado, em conjunto com o Ministério da Justiça, promover campanhas de abrangência nacional, por meio de redes televisivas e sociais, uma vez que tal ação contribuirá a transpor a reincidência da prática do racismo, o que viabilizará uma redução de crimes hediondos; além de realizar palestras em praças, escolas e universidades sobre como a negligência sociorracial pode causar danos à população. Dessa forma, os brasileiros se tornarão mais conscientes e, assim, a realização dos ideais revolucionários será mais presente na sociedade.