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Enviada em: 18/08/2019

O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Porém, devido a manutenção de práticas racistas no Brasil, percebe-se que tal norma internacional não tem sido cumprida, o que ocorre, sobretudo, devido a fatores históricos e sociais. Por isso são necessárias medidas prementes de solução.       De início, cabe ressaltar como a formação histórica excludente da sociedade brasileira contribui para a problemática. Nesse sentido, consoante Pierre Bourdieu-filósofo francês-, em sua discussão sobre "Habitus", as estruturas sociais são incorporadas durante o processo de socialização, fazendo com que comportamentos característicos de uma determinada época sejam naturalizados e, consequentemente, reproduzidos ao longo das gerações. Sob tal ótica, insere-se o passado escravista do país, em que a população negra foi tratada como inferior e discriminada, cenário que foi absorvido e perpetuado até os dias atuais. Por conseguinte, tal cenário faz com que muitos negros encontrem dificuldades em participar das esferas sociais, como entrar no mercado de trabalho.       Além disso, é fundamental destacar como a forma com que as relações interpessoais se dão na atualidade agravam o dilema em questão. Nesse viés, segundo o filósofo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra “Modernidade Líquida”, a sociedade , no século XXI,  é marcada pelo individualismo, o que faz com que as interações sociais se estabeleçam de forma momentânea e volúvel. Dentro dessa perspectiva, essa falta de empatia também é perceptível entre as raças, uma vez que muitos tendem a subjugar a etnia negra. Consequentemente, esse cenário tende a reforçar grupos extremistas que defendem a supremacia branca, como a Ku Klux Klan, além de aumentar os casos de xenofobia.              Fica clara, pois, a urgência em coibir essa preocupante realidade. Para isso, é imperiosa a ação da Escola. A ela compete, portanto, tratar do tema racismo em aulas multidisciplinares, ministradas por professores das áreas de História e Sociologia, por sua especialidade no assunto. Assim, mediante exemplos de elementos da cultura negra no país, a exemplo da capoeira, bem como de  nomes importantes dessa raça, como Marielle Franco,os profissionais poderão desenvolver nos estudantes uma consciência acerca da importância da cultura negra para a formação da identidade nacional, com vistas a diminuir essa discriminação racial da sociedade brasileira e mitigar a falta de empatia entre as etnias. Com essas medidas, o disposto nessa legislação internacional que trata dos direitos humanos será, gradativamente, cumprido no país.