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Enviada em: 01/10/2019

Na obra musical ''A Carne'', a cantora Elza Soares descreve a vida sofrida e miserável do negro brasileiro frente ao alto preconceito de uma sociedade presa numa concepção etnocêntrica. Na realidade do país tupiniquim, observa-se a conservação da intolerância racial que segrega os negros da sociedade, desrespeitando, assim, os Direitos Humanos. Indubitavelmente, essa negligência está intrinsecamente ligada à cultura preconceituosa herdada do colonialismo, bem como à falta de leis eficazes que protejam a sociedade afro-brasileira.           É licito referenciar o livro ''Sobrado e Mucambos'', do polímata Gilberto Freyre, que retrata, no Brasil, a formação de uma sociedade com raças mistificadas. No entanto, durante o período colonial, o eurocentrismo construiu uma cultura preconceituosa que hierarquiza as etnias do Brasil. Exemplo disso, é a pintura ''O jantar'', do artista Debret. Dessa forma, tanto o racismo como a ideia de superioridade da raça branca, foram sendo difundidos ao longo das gerações e, consequentemente, provocando conflitos entre os grupos étnicos que constituem a sociedade brasileira.             Ademais, é notório que o Brasil possui uma Constituição fragilizada que não consegue solucionar problemas, como o racismo. De acordo com o Atlas da Violência de 2018, cerca de 71% das pessoas assassinadas no Brasil são negras. Assim sendo, demonstra-se a grande violência atrelada à ineficiência da Legislação Brasileira que, consequentemente, provoca a intolerância contra a comunidade afrodescendente. Seguindo essa linha de raciocínio, o historiador Nicolau Maquiavel sustenta a ideia de que o preconceito tem mais raízes do que princípios. Assim, fazem-se fundamentais mudanças nos valores da sociedade.              Portanto, é inquestionável que a persistência do preconceito racial no Brasil é fruto não só das heranças da visão colonial mas também da ineficácia das leis, assim, fazendo com que os negros sejam discriminados pela sociedade. Logo, o Poder Legislativo e Judiciário, deve adotar leis mais eficazes que aumentem a punição por crimes de racismo e injúria racial. Além disso, cabe ao Ministério da Educação e Cultura, implantar na Base Nacional Comum Curricular um novo modelo educacional que ensine aos estudantes a importância das diversidades étnicas do Brasil, a fim de fazer com que as próximas gerações respeitem e valorizem todas as raças que compõem a sociedade. Possivelmente, dessa forma, o Brasil promoveria a coesão social e o fim do racismo.