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Enviada em: 16/06/2017

Pouco antes do período abolicionista, na terceira geração do romantismo, conhecida como condoreirismo, o autor Castro Alves já denunciava em sua poesia a condição de marginalização e indiferença a direitos sociais a que os negros estavam submetidos. Hoje, mais de um século depois da escravidão ter sido abolida, ainda vivemos em uma sociedade onde o racismo é muito presente, em que os negros convivem com o preconceito e exclusão social. Logo, trata-se de uma questão que precisa ser resolvida.  Primeiramente, a relação entre a cor da pele e a condição social cria um ciclo perverso: devido ao preconceito, o negro tem menos oportunidades de estudos e, consequentemente, menos ascensão no mercado de trabalho. As condições mais precárias de vida o levam a viver em bairros mais pobres, nos quais é vítima de preconceito, violência, de prisão injustificada e até morte.   Outro fator preocupante é o racismo revelado pelas redes sociais, pois recentemente casos de intolerância com personalidades negras pela internet ganharam destaque na imprensa. Os casos são semelhantes entre si: perfis falsos ofendem as pessoas com comentários preconceituosos. Essas manifestações de racismo e injúria racial escancaram a realidade hostil que ainda existe no Brasil, alimentadas pela ideia de que a internet seria um território sem lei, sob a proteção do anonimato, muitos agressores criam perfis falsos para deixar registros de incitação ao ódio e comentários de cunho racista. Além disso, muitas vítimas, descrentes na eficácia da justiça para esse tipo de crime ou mesmo por desconhecer as vias judiciárias, não se dão ao trabalho de prestar queixa na delegacia, o que só agrava o problema.  Em vista disso, medidas são necessárias para resolver o impasse. O caminho para combater o preconceito racial passa pelas leis, mas deve ir além delas. Isso porque a legislação tem um limite prático, trata de fatos concretos, passíveis de serem punidos. Já o preconceito é algo mais abstrato e muito impregnado nas pessoas, o que apenas uma educação plural e cidadã é capaz de mudar. Para isso, o Ministério da Educação por meio das escolas deve ensinar sobre a cultura negra e discutir sobre o racismo, através de palestras e aulas didáticas, a fim de combater estereótipos.Também,é fundamental que o governo em parceria com o ministério da justiça reformule as leis sobre crimes digitais, para dessa forma, punir com eficiência os responsáveis por tais crimes.Por fim, o governo federal deve investir em políticas públicas que visam garantir o direito à igualdade de oportunidades, e portanto, reduzir as desigualdades sociais. Só assim, as denúncias feitas por Castro Alves, no século XIX, ficarão no passado.