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Enviada em: 26/07/2017

Racismo é o ato de discriminar e depreciar alguém devido a crença na existência de diferentes raças humanas e na superioridade de uma sobre as demais. Olhando pelo retrovisor da história, nota-se que diversas posturas preconceituosas são mantidas até hoje e ecoam sob a forma de agressões, empregos mal remunerados, condições precárias de moradia e acesso limitado a direitos básicos, como saúde e educação. Portanto,  no Brasil, o racismo possui raízes históricas e sua persistência é fruto de um pensamento antigo que se perpetua entre as gerações, produzindo consequências funestas, que devem ser combatidas exaustivamente.    A partir disso, é válido fazer um paralelo com o passado a fim de reconhecer as causas da insistência desse mal. Até a escravidão ser abolida no país, em 1888, apenas um ano antes da proclamação da república, outras leis foram sancionadas objetivando protelar a liberdade do negro, revelando a visão excludente da classe dominante da época, que se recusava a reconhecer os direitos desse grupo. As leis do Ventre Livre, de 1871 e do Sexagenários, de 1885, são exemplos de medidas ineficazes, uma vez que não garantiram melhorias na vida da população escravizada. Séculos mais tarde, a mesma resistência se encontra na sociedade brasileira, porém disfarçada sob outra forma.    Nesse contexto, os números expressam as diversas maneiras como o racismo pode se manifestar no dia a dia. Pesquisa realizada pelo Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, em cinco capitais brasileiras, entre 2013 e 2014, revelou que mesmo em locais onde a desigualdade salarial entre brancos e negros é menor, o primeiro grupo chega a ganhar 20% a mais do que o segundo. Esse dado, em um país onde 53% da população se autodeclara negra, se torna um problema, pois constata-se que mais da metade das pessoas que vivem no Brasil estão sujeitas a má remuneração simplesmente pela cor da pele, afetando, especialmente, a juventude negra.    Sendo assim, é fundamental opor-se a esse pensamento retrógrado, trabalhando para a sua extinção na sociedade. Para isso, o Governo, através do Ministério do Desenvolvimento Social, deve promover mais políticas públicas de igualdade racial, criando cursos profissionalizantes nos bairros periféricos, para melhor qualificar a mão-de-obra negra, além de fiscalizar a existência de casos de discriminação racial no trabalho, visando diminuir a desigualdade entre brancos e negros. Ademais, a inserção do estudo da cultura afro-brasileira na grade curricular do ensino público e privado, por meio da criação de uma nova disciplina pelo Ministério da Educação, contribuirá para que os jovens conheçam a importância da cultura negra na construção da brasilidade, e assim evitem a continuidade desse erro histórico, pois como disse Confúcio, pensador chinês, "se queres prever o futuro, estuda o passado".