Materiais:
Enviada em: 08/07/2017

Involução Social         Na historiografia e na contemporaneidade brasileira, o drama do preconceito racial constitui uma violação dos Direitos Humanos. Nesse contexto, o quadro de persistência do racismo é fruto, principalmente, da valorização de uma cultura eurocêntrica, em detrimento do multiculturalismo existente no país. Porquanto, a tenacidade dessa realidade é um indicativo que esses atos discriminatórios contaminam todas as esferas sociais do Brasil e carecem de um debate público aprofundado, como também uma ação governamental intensiva.        É importante enfatizar que o cenário midiático, moldado por um padrão europeu, possui papel protagonista na distorção da cultura de diáspora africana. Diante disso, a estética, a religiosidade e o simbolismo que remontam à negritude ganham contornos estereotipados e com grande recorrência, são associados a feitiçaria, sobretudo aos olhos do cristianismo vigente. Essa prática sustenta um sistema discriminatório, que tende a marginalizar o ser negro, bem como sustenta a "ideologia do embranquecimento da sociedade brasileira", tendo em vista que há um fomento implícito a repulsa pela africanidade. Tal situação demonstra o quanto a atuação etnocêntrica dos meios de comunicação compactua para a construção de uma conjuntura social desafiadora para população negra.        Deve-se abordar, ainda, que a Revolução Técnico-Científica legou à humanidade um ciberespaço que, muitas vezes, é usado de forma ofensiva. Nessa perspectiva, a análise desse ambiente a partir dos processos antrópicos, revela a constante disseminação de ódio e intolerância pela diversidade cultural oriunda da miscigenação da população. Outrossim, percebe-se que tais ocorrência defrontam-se à Constituição de 1988, haja em vista que, nela é previsto o princípio da isonomia, que garante a igualdade entre todos os cidadãos brasileiros. Destarte, a ambivalente singularidade cultural brasileira, infelizmente, vem rompendo as gerações e funcionando como bases para mazelas como o racismo.       Evidencia-se, portanto, que o racismo tem raízes históricas e ideológicas e, ainda, é realidade no país, porque há uma discriminação das populações, maiormente, de ancestralidade africana. Para amenização desse problema, deve-se expandir a Lei 7.716, com o objetivo de fiscalizar os conteúdos expostos nas mídias e sua relação com a negritude. Em consonância, é extremamente essencial que o Ministério da Justiça intensifique a ação da Ouvidoria Nacional de Igualdade Racial, tendo em vista a face cibernética do racismo e suas consequências na individualidade e coletividade. Por fim, outras medidas devem ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde, grande escritor britânico: “o primeiro passo é o mais importante para a evolução de uma pessoa ou nação”.