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Enviada em: 24/09/2017

Brasil, não Europa.       No filme “Ao mestre, com carinho”, o professor substituto Mark Thackeray é aviltado pelos alunos, em sua maioria brancos, pelo fato de ser negro. Com o passar do tempo, através do respeito, conquista a confiança dos alunos, derrubando o preconceito. Fora das telas o racismo é uma realidade e, embora existam recursos que tentam contornar essa situação, são diversos os fatores que impossibilitam a eficácia dos mesmos.       Atualmente no Brasil, o preconceito racial ainda se observa presente. Isso se dá, dentre outros fatores, pela conturbada história de escravidão enfrentada pelo país desde sua colonização. Segundo Nelson Mandela, ninguém nasce odiando outra pessoa por sua cor, origem ou religião. Tendo em vista essa afirmação, percebe-se que a cultura europeia sempre foi bastante difundida por vários meios, inclusive pela maioria dos contos infantis, onde personagens brancos e de olhos claros são idealizados, fazendo com que desde pequeno o cidadão veja o negro, o pardo e o índio como inferiores e sem espaço na sociedade, uma vez que estes não têm sequer representatividade no ambiente de formação primário educacional brasileiro.       Entretanto, salvo os esforços para combater a intolerância racial no Brasil, existem fatores que dificultam tal ação. Apesar da existência de diversas leis que protegem os negros, seja contra a violência racial ou em pró da preservação dos direitos humanos, os próprios policiais, defensores do código, agridem essas pessoas e, devido à suas ocupações, muitas vezes saem impunes dos crimes. Nas escolas, embora não seja difundido o racismo propriamente dito, ainda é repassado o modelo de educação com base na cultura europeia, não condizendo com a realidade de uma sociedade descendente majoritariamente de africanos e indígenas, sendo esses, ainda, pouco representados no ambiente escolar.       Portanto, a julgar pelas diversas falhas nos sistemas de segurança e educacional brasileiros, são necessárias mudanças que ajudem a combater o racismo pela raiz. O Ministério da Justiça e Segurança Pública deverá reformular as leis de proteção, a fim de torná-las mais severas e abrangentes, contribuindo, assim, para o combate à impunidade e para a redução dos índices de agressão pelos racistas. Ademais, o Ministério da Educação, financiado pelo Governo Federal, deverá criar um programa de palestras que promovam a igualdade racial nas escolas, contribuindo para diminuir o preconceito no ambiente escolar e, consequentemente, assegurando a cidadania a todos, afinal, "O ser humano é aquilo que a educação faz dele"- Immanuel Kant.