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Enviada em: 04/11/2017

Que verdade a sua raça tem?                A cultura da África chegou ao Brasil -em sua maior parte- trazida pela escravidão africana na época do tráfico transatlântico de escravos, e influenciou a construção da atual cultura brasileira, através de fortes traços marcados na música popular, religião, culinária e o folclore. Contudo, o racismo continua sendo uma realidade no Brasil, o que gera  exclusão do negro e violência.                A população negra, em conjunto com a dos pardos, compreende 53,6% do total de brasileiros. No entanto, hoje, apenas 12,8% (equivalente a menos da metade de jovens brancos da mesma faixa etária) dos negros estão matriculados no Ensino Superior; por outro lado, essa realidade já esteve pior, na década de 90 somente 1,8% dos jovens afrodescendentes haviam frequentado uma universidade, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Esse percentual cresceu devido à implementação da Lei de Cotas, políticas de ação afirmativa que insere o negro nas universidades públicas. Medida que segue a teoria de Aristóteles, filósofo grego, que dizia "tratar desigualmente os desiguais para se promover a efetiva igualdade".            Em contrapartida, parafraseando o filósofo contemporâneo, Jean-Paul Sartre, a violência, independente de como ela se manifesta, é sempre uma derrota. O Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica aplicada (Ipea) estima que a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil 71 são negras, a maioria das mortes é por arma de fogo, abastecida pela violência policial, segundo o cientista social Paulo Ramos. Essa violência trás, também em decorrência do racismo, outro tema o "Genocídio da juventude negra", conforme o cientista.                   Então, desconstruir preconceitos tão arraigados, como o racismo não será tarefa fácil, mas o primeiro passo necessita ser dado, e para isso é preciso descobrir a raiz do problema. Para o filósofo Eduardo Giannetti " O racismo no Brasil tem uma natureza social, e não de raças", ou seja, o negro é excluído da sociedade e violentado por ela devido à sua condição social. Em razão disso, é urgente que se coloquem todas as forças a serviço de uma melhor escolaridade para os os brasileiros afrodescendentes, além do que é dentro da escola que esse preconceito pode ser desconstruído, educando os alunos de que não existem raças, e sim, etnias, que são dignas e merecedoras de respeito.