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Enviada em: 19/03/2018

A utopia da sociedade igualitária   Diante da Constituição Federal de 1988- representante da mais alta hierarquia no sistema legislativo- todo cidadão brasileiro possui os mesmos direitos, independente de cor de pele, gênero ou religião. Entretanto, no século XXI, os negros ainda enfrentam desafios para estabelecer-se em sociedade, seja pela falta de oportunidades no mercado de trabalho, seja pelo racismo enraizado praticado pelos indivíduos. Desse modo, é imprescindível o debate acerca de como esses fatores refletem na comunidade e como combatê-los.   O Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão no mundo, em 1888; no entanto, ainda há vestígios  dessa época na contemporaneidade. O fato de 80 por cento dos presidiários serem negros e as periferias, segundo a IPEA, serem onde há a concentração deles, evidencia a falta de oportunidades, mobilidade social e igualdade, sendo reflexos de uma sociedade escravista. Não só isso, como a falta de representatividade política também auxilia na supersaturação da problemática, visto que apenas 17 por cento do Congresso é preta em contrapartida a 54 por cento da população brasileira ser afrodescendente; segundo o IBGE.    Ademais, o preconceito racial não é visto somente no meio democrático, mas também no midiático e literário. No âmbito da literatura, vê-se nas obras clássicas brasileiras, como ´´O Cortiço´´ de Aluízio de Azevedo e em ´´O Sol É Para Todos´´ de Harper Lee como o racismo não só era, como é muito presente na sociedade; representando os negros como classe periférica ou até mesmo desumanizados. Além disso, no universo dos filmes e novelas, os pretos nunca são relevantes, sempre apresentados como vilões ou empregados. Dessa maneira, esse pensamento eurocêntrico e preconceituoso é difundido em escala nacional, o que mostra que o racismo não é proveniente somente das diretrizes históricas do país, mas também de um reforço social constante.   Portanto, medidas são necessárias para combater o impasse. Logo, seguindo a ideologia de Immanuel Kant: ´´O homem não é nada além do que a educação faz dele´´, cabe ao Ministério da Educação implantar, mediante à uma lei, disciplinas obrigatórias de ética e cidadania nas escolas brasileiras, a fim de apresentar aos estudantes as diferentes raças, culturas, religiões e histórias do povo afrodescente, como forma de mitigar o racismo desde a infância. Cabe também ao Poder Legislativo retirar as opções de fianças para crimes que envolvam o preconceito racial, a fim de mitigar as ocorrências do mesmo. Dessa forma, a sociedade poderá caminhar para um futuro sem racismo.