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Enviada em: 19/03/2018
Conforme defendeu o cientista social Gilberto Freyre, na obra "Casa Grande e Senzala", a pluralidade de etnias que existe no Brasil, forma a identidade do país. Sendo assim, todas elas devem ser respeitadas, porém, o que nota-se, é a persistência do racismo nesta sociedade. Dessa maneira, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e o poder público prejudicam a questão no hodierno. A herança histórico-cultural é a principal responsável pela manutenção do preconceito racial. Isso decorre do século XVI, quando a ordem escravocrata disseminou ideias de cunho etnocêntrico. A sociedade então, por tender a incorporar estruturas de época, conforme defendeu o sociólogo Pierre Bordieu, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzir ideias de que os negros são inferiores. Lamentavelmente, o etnocentrismo ainda porfia através de, por exemplo, discursos misóginos no dia a dia e nas redes sociais. Atrelado à sociedade, nota-se que o poder público negligencia os direitos da população negra. Isso porque, embora a Constituição Federal de 1988 garanta-os sem distinções, a realidade é contraproducente no país, e a regra constitucional de maior poder é claramente infringida, pois, os interesses econômicos sobrepõem a fiscalização das leis antirracismo. Não é a toa, então, que a violência contra os afrodescendentes só cresce nessa sociedade de engrenagem colonial escravocrata, de acordo com o jornal social El país. Diante dos fatos elencados, nota-se que no Brasil, o racismo persiste devido a herança histórico-cultural e a omissão do Estado. O Ministério da Educação, portanto, deve incluir como componente curricular obrigatório, o ensino da história dos negros desde a educação infantil, a fim de impedir a potencialização e desenvolvimento do racismo. Ademais, o Ministério Público em ação conjunta com a população deve garantir e efetivar os direitos, sobretudo a qualidade de vida e a fiscalização das leis defensoras dessa minoria. Dessa forma, tornar-se-á o Brasil, um país de equidade.