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Enviada em: 04/06/2019

No Brasil é comum observar ao caminhar por grandes cidades a presença de um número elevado de moradores de rua. É uma situação precária e delicada, porque esses indivíduos precisam enfrentar o desrespeito do Estado, que não aplica o direito de moradia para todos segundo a Constituição Federal e a discriminação por parte dos transeuntes, que na maioria das vezes os tratam como insignificantes.                  Primeiramente, é importante salientar que os motivos que levam as pessoas a se tornarem moradores de rua podem ser o desemprego, problemas familiares, alcoolismo e consumo de drogas. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2015 o país tinha mais de 100 mil pessoas em situação de rua, número que provavelmente é superior atualmente, justamente pelo fato do desemprego ter aumentado. Aliado a esse cenário é normal à presença de problemas como fome, falta de higiene e saúde e criminalidade. Além disso, ainda é necessário encarar o olhar preconceituoso das pessoas que fazem comentários discriminatórios como se os moradores de rua fossem objetos que precisam ser retirados do local para melhorar esteticamente o ambiente.              Ademais, um dado curioso do IPEA mostra que existem mais imóveis vazios do que famílias sem moradias. Ou seja, todas as pessoas em situação de rua podiam ter um teto se o Estado seguisse rigorosamente a magna carta. Entretanto, isso não vai acontecer devido à especulação imobiliária e desigualdade social. Os moradores de rua não possuem condição financeira de comprar uma propriedade porque não trabalham ou ganham muito pouco e os imóveis são supervalorizados, fazendo-os recorrer muitas vezes a processos de favelização e ocupações ilegais para conseguirem chamar a atenção do governo, que, na maioria dos casos, fecha os olhos para o problema.                    Portanto, é imprescindível que o Estado invista em políticas públicas voltadas para a construção de abrigos ou até mesmo facilitar a compra de imóveis que não estejam cumprindo com sua função social de moradia para essas pessoas em situação degradante. Porque só assim esses indivíduos conseguirão viver dignamente, com uma melhor condição física e mental capaz de permitir que até mesmo voltem a estudar ou que consigam um emprego. Desse modo, haverá uma atenuação da desigualdade social e o ciclo vicioso de morar na rua poderá ser interrompido.