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Enviada em: 07/08/2019

O Artigo 3º da Constituição brasileira de 1988 afirma que erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdade sociais são os objetivos da República Federativa do Brasil. Fica evidente, porém, o não cumprimento desse objetivo e um de seus reflexos é o elevado número de pessoas em situação de rua no Brasil. Entre os obstáculos para se alcançar a igualdade e a diminuição dos moradores de rua estão a diferença racial enfrentada no país e a dificuldade de acesso à educação.    Ainda que a Constituição afirme que todos os brasileiros são iguais perante a lei, desde o período colonial, negros e seus descendentes vivem à margem da sociedade. É visto que o preconceito racial está enraizado em nossa cultura de tal forma que, mesmo após 130 anos da assinatura da Lei Áurea, afrodescendentes têm muitas dificuldades de acesso à propriedade. De acordo com a teoria “Habitus”, do sociólogo Pierre Bourdieu, as estruturas sociais são incorporadas durante o processo de socialização, fazendo com que certos comportamentos de determinada época sejam naturalizados e reproduzidos ao longo das gerações. Tal teoria explica a perpetuação da desigualdade racial e o fato de que quase 70% dos moradores de rua sejam negros ou pardos.    Cerca de 30% da população de rua, no Brasil, está nessa situação em razão do desemprego, fato que tem forte ligação aos baixos índices de educação dessas pessoas. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome, cerca de 3% dos moradores de rua tem 2º grau completo, sabendo que a educação é um meio de ascensão social, fica evidente que o difícil acesso ao conhecimento por essas pessoas é que as mantêm nas ruas já que isso as afasta do mercado de trabalho. O Brasil precisa de mudanças para diminuir o número de pessoas em situação de rua. Para isso, o ensino ao respeito à diversidade racial se faz muito importante, as escolas e a família deve sempre combater estereótipos e apoiar as diferenças explicando, por meio de teatros e aulas temáticas, sobre a história dos africanos no Brasil e sua influência na cultura nacional. Junto a isso, deve-se, também, criar programas de profissionalização para as camadas mais pobres da sociedade, oferecer cursos técnicos que permitam que essas pessoas encontrem empregos. Dessa forma, a República pode cumprir com seu objetivo de reduzir as desigualdades e a marginalização.