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Enviada em: 11/06/2019

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Brasil, há um pouco mais de 100 mil moradores de rua. E ainda, apenas 47% dessa população está incorporada ao Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). À vista disso, é notório que o Brasil apresenta graves problemas em relação ao alto números de moradores de rua e suas precárias situações de vida. Dessa forma, é necessário que esse problema seja minimizado, tanto por ser prejudicial à saúde dos indivíduos, como por ser uma barreira para a coesão social.       Em relação ao primeiro viés, cabe destacar que os moradores de rua vivem em uma situação grave de pobreza e recursos escassos, ou até inexistentes. Para elucidar essa ideia, é válido o que diz o sociólogo Zygmunt Bauman em seu livro "44 cartas do mundo líquido moderno": pessoas em condições de pobreza são mais vulneráveis aos males - doenças, fome, crimes. Ou seja, a população em situação de rua, a qual sofre com a pobreza, está mais indefesa em relação a esses problemas, como mostra uma matéria de 2018 do jornal "BBC", a matéria destaca a dificuldade dos moradores conseguirem água para beber, e alguns ficam até três dias sem consumir água. Portanto, é evidente que a realidade dos cidadãos brasileiros que vivem nas ruas é degradante para suas integridades físicas.       Já quanto ao segundo ponto, é necessário mencionar que os altos índices de pessoas morando na rua é um dos fatores que gera uma fragmentação nas relações sociais. Para compreender esse aspecto, é possível recorrer ao que diz o sociólogo Michel Maffesoli em sua obra "O tempo das tribos". Consoante o pensador, o estar junto é fundamental. Isto é, a inclusão social é primordial para criar o sentimento de pertencimento ao mundo, a realidade vai ao encontro desse discurso, como revela reportagem do "Senado Notícias" que destaca a fala de um ex-morador de rua: quando você não tem uma moradia barram você em muitos lugares, as portas se fecham. Dessa forma, não há como negar que os serem humanos sentem-se mais fortes e protegidos quando sentem que realmente pertencem a um grupo, o que contribui para a fluidez da dinâmica nos meios.       Em suma, é urgente pensar em uma forma de combater essa problemática. Para isso, as Prefeituras Municipais devem criar projetos para reviver a dignidade da população que vive nas ruas. Esses projetos podem ser: instalação e manutenção de bebedouros públicos; instalação de espaços com chuveiros para a higienização pessoal; apoio aos projetos de doação de cobertores e casacos, no inverno, para os indivíduos. Isso pode ser feito por meio de ações entre prefeitos e presidência da república, a qual poderá subsidiar parte da verba necessária para implementação dessas ações. Isso sendo feito, consequentemente, com a finalidade de incorporar o morador de rua à coletividade.