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Enviada em: 22/06/2019

A obra cinematográfica "À procura da felicidade" expõe a vida de Chris Gardner que, ao longo da trama, tem que superar e lidar com o fim do casamento e a crise financeira, o que o leva e inúmeros momentos a fazer parte da população em situação de rua, dependente das fracas políticas públicas do governo. Nesse contexto, observa-se proximidade para com a realidade brasileira, diante de políticas sociais insuficientes e vícios como prerrogativas para a perpetuação da problemática.          Em primeiro plano, o contraditório crescimento das metrópoles brasileiras colide com o real cenário de descaso de precariedade à população de rua. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman conceituou em sua obra, Modernidade Líquida, as "instituições zumbis" que, embora tenham perdido sua função, mantém - a qualquer custo - sua forma. Nesse viés, é incoerente que o Estado Democrático de Direito preserve a condição de segregação dos moradores de rua, a medida que isola-os e evita sua inserção no meio social como parte funcional da sociedade brasileira. Ademais, a inércia estatal para políticas sociais impede que projetos, como o Restaurante Público, sejam perpetuados.              De outra parte, o elevado percentual da população de rua provém do desgaste físico e mental  devido ao uso de drogas. Observa-se que, segundo o levantamento do Centro de Referência Especializada Para a População em Situação de Rua, pouco mais de 36,5% desses moradores admitem ter deixado suas famílias pelo uso de drogas ilícitas. Desse modo, convém ressaltar que - com a ingestão da nicotina - a substância causa êxtase e sensação de suposto alívio ao usuário, o que perpetua seu consumo e dependência.             Destarte, urge a primordialidade de ações governamentais que visem atenuar a problemática. Com isso, cabe ao Ministério Público Federal a averiguação e retorno do projeto de Restaurantes Públicos e, por meio do voluntariado, cadastrar toda a população brasileira em situação de rua, a fim de garantir o direito básico à alimentação de qualidade. Ademais, cabe ao governo promover o diálogo entre especialistas psiquiatras e famílias com dependentes químicos através dos centros de reabilitação e acolhimento desses indivíduos diretamente das ruas, com o intuito de garantir, constitucionalmente, o direito à vida de qualidade e com dignidade.