Materiais:
Enviada em: 30/07/2019

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base em dados de 2015, verificou que mais de 100 mil pessoas vivem na rua. Atualmente, esse cenário está cada vez mais em ascensão na realidade brasileira, devido, principalmente, ao descaso governamental em consonância a uma sociedade individualista. Dessa forma, cabe analisar esses aspectos para obter o controle desse impasse.     A priori, convém frisar a responsabilidade do poder público em garantir a qualidade de vida de todos os cidadãos, de acordo com uma série de leis regentes da Constituição Federal. Logo, é dever do Estado promover moradia para os moradores das vias públicas, porém, na prática a situação dessas pessoas é banalizada pelo Órgão. Conforme uma pesquisa realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, constata que 88,5% da população residente das ruas não recebe nenhum tipo de benefício assistencial do governo. Diante dos fatos, torna-se inaceitável que um país promulgador de uma constituição cidadã não consiga oferecer um lar para quem precisa.    Ademais, vale ressaltar a contribuição da vigente sociedade nessa conjuntura. Na obra "Modernidade líquida", o sociólogo Zygmunt Bauman acredita que a pós-modernidade é fortemente influenciada pelo individualismo. Dessa modo, essa característica acarreta na falta de empatia, sentida principalmente pelos moradores de rua, segregados e excluídos socialmente em atitudes diárias, como por exemplo, a proibição da entrada em shoppings e lojas, além da indiferença com a qual são tratados no cotidiano. Nesse contexto, nota-se uma sociedade, que apesar de pertencer a um país signatário dos Direitos Humanos, incapaz de respeitar e agir com altruísmo com os mais necessitados.     Infere-se, portanto, a necessidade de medidas para amenizar esses fatos. Destarte, o Ministério da Cidadania deve iniciar um programa intensivo de auxilo aos moradores de ruas  por meio de subsídio da iniciativa privada de Organizações Não Governamentais com maiores investimentos na acessibilização a moradia, restaurantes populares, capacitação profissional, apoio psicológico e a introdução de campanhas midiáticas para incentivar os pequenos empreendedores e a população a empregar e ajudar essa massa discriminada. Espera-se, com isso, assegurar os serviços básicos,dignidade e a reinserção social para essas pessoas, além de ensinar o tecido social acerca da importância da coletividade para o progresso do país, e assim os dados exorbitantes supracitados possam diminuir.