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Enviada em: 19/06/2019

Cidadãos no Papel       Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito a saúde, segurança e ao bem-estar social. Conquanto, os elevados números de moradores de rua no Brasil, devido a postura das pessoas em relação ao problema e a falta de atenção do Estado à questão, impossibilita que essa parcela da população desfrute desse direito universal na prática. Nessa perspectiva, esses desafios devem ser superados de imediato para que uma sociedade mais integrada seja alcançada.       Inicialmente, um entrave é o desleixo dos familiares em relação a problemática, em que muitos deles devido ao enorme número de compromissos ao longo do dia, que se relaciona ao conceito de intensificação da vida nervosa, trazido pelo sociólogo Georg Simmel, não têm tempo de sobra e acabam por não perceberem a situação de parentes ou amigos que muitas vezes se encontram na iminência do despejo, por vícios ou complicações financeiras. Segundo estudo realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome de 2008, mais de 50% da população em situação de rua possuem familiares no município em que vivem. Tais dados comprovam a grande indiferença envolvida na adversidade, que atinge jovens, adultos e idosos e já é considerada um dos piores do século XXI.        Outro desafio enfrentado pelos moradores de rua é a inobservância estatal, uma vez que o governo dificilmente propõe campanhas ou palestras para a conscientização e ajuda dessa parcela da população. Ademais, a falta de apoio e disponibilização de tratamento às pessoas que se encontram na rua devido a dependência química atua como principal agravante da situação, já que muitos não têm condições financeiras para arcar com os custos de sessões psicológicas ou com demais métodos de tratamento. Dessa forma, são obrigados a permanecerem presos nesse mundo onde oportunidades e boas expectativas se tornam cada vez mais raras.       Destarte, para que os índices de pessoas em situação de rua ao redor do Brasil caiam, é necessário que o Governo Federal, em parceria com ONU, promova campanhas de conscientização e auxílio dos atingidos através de fóruns e debates noturnos e gratuitos de maneira a estimular uma mudança de vida dos mesmos. Em adição, o Estado deve desenvolver leis que garantem a disponibilização de consultas e tratamentos totalmente gratuitos aos dependentes químicos que se encontram na rua, através do apoio de alunos de universidades públicas das grandes cidades do país, a fim de que os afetados possam mudar de vida e exercerem seus direitos de cidadãos na prática, e não só no papel.