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Enviada em: 26/06/2019

Com advento do século XX o Brasil ratificou sua Constituição, consolidando os princípios de isonomia, de modo a garantir direitos iguais a todos os cidadãos. Hodiernamente, as condições socioeconômicas da população em situação de rua, contradiz a premissa supracitada, pois além de não possuírem assistências básicas, como saúde e educação, são indivíduos que sofrem constantes agressões físicas e psicológicas. Sob essa perspectiva, é necessário mudanças com fito de amortizar essa mazela.        Mormente, é preciso considerar, antes de tudo, as políticas públicas para auxiliar os indivíduos que utilizam vias públicas como moradia. Segundo a tese marxista, a conjuntura social é moldada de acordo com os interesses da classe dominante, dessa forma, pessoas menos abastadas, como moradores de rua, são negligenciadas. Por conseguinte, não há consolidação de medidas eficientes para lidar com essa problemática, como boa parte dos albergues, que não possuem estrutura adequada e não consideram as individualidades de cada um, por exemplo, auxílio a idosos e dependentes químicos. Sob essa ótica, o documentário "Eu existo", expõe depoimentos de vários cidadãos que vivem em situação de rua, denunciando o descaso estatal através da miséria.       Outrossim, cabe pontuar, o preconceito da sociedade com a população em situação de rua. De acordo com Bauman, a modernidade fragilizou as relações sociais, sobressaindo o egocentrismo e a individualidade. Destarte, os moradores de rua sofrem com o processo de "invisibilidade", sendo tratados com desprezo e violência, em casos extremos, essa conjuntura leva a crimes brutais, como o ocorrido em São Paulo, em Maio de 2019, onde um morador de rua foi alvejado sem motivo aparente. Dessa maneira, esses cidadãos acabam potencializando o sentimento de inferioridade e incapacidade, levando a transtornos psicológicos, como ansiedade e até mesmo depressão.       Urge, portanto, a necessidade de mudanças para minimizar as problemáticas supracitadas. Para isso, é preciso que o Estado, por parte do Poder Legislativo, destine maiores verbas para ampliação e qualificação dos albergues, acentuando o número de profissionais disponíveis para lidar com individualidades de cada pessoa, na intenção de garantir o acesso igualitário a moradias dignas e novas oportunidades, como cursos profissionalizantes. Ademais, é necessário que Organizações Não Governamentais, em parceria com os níveis midiáticos, promovam curtas metragens, na televisão aberta e redes sociais, com depoimentos de moradores de rua sobre as dificuldades vividas, buscando sensibilizar a sociedade para igualdade e o respeito, através de uma autocrítica.