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Enviada em: 08/07/2019

Na obra ''Capitães de Areia'' do escritor modernista Jorge Amado, é retratada a história de um grupo de meninos que moram nas ruas e crescem sendo marginalizados pela sociedade. Apesar de tal ficção ter sido escrita em 1937, o romance parece fazer alusão ao hodierno cenário brasileiro, uma vez que o número de pessoas que vivem sem moradia e em situações alarmante, é crescente e preocupante. Nesse contexto, a fim de compreender e modificar o paradigma da população brasileira, cabe analisar a exclusão social e os demais entraves, como fatores contribuintes na situação dos moradores de rua, bem como a negligência governamental vigente.   Primordialmente, pontua-se que o surgimento da população em situação de rua, é reflexo da exclusão social que atinge e prejudica uma quantidade de cidadãos que não se enquadram no atual modelo econômico, o qual exige do trabalhador uma qualificação profissional, embora essa seja inacessível à maioria das pessoas. Desse modo, a falta de oportunidades em conjunto de diversos fatores - ausência de vínculos familiares, desemprego, violência e uso de drogas - faz com que muitos indivíduos acabem por utilizar as ruas como moradia. Tal fato disso, evidencia-se na análise do Instituto de Pesquisa Econômica (IPEA), apontando que, em 2015, o país tinha 101.854 pessoas em situação de rua.   Observa-se, ainda, que a Constituição Cidadã de 1988 garante moradia e dignidade em direitos à todos os cidadãos, todavia o Poder Executivo não efetiva esses direitos, visto que poucas políticas públicas são desenvolvidas para solucionar essa problemática. Consoante Aristóteles no livro ''Ética a Nicômaco'', a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil, à medida que moradores de rua vivem a mercê da sociedade, em situação vulnerável, sem segurança, sem educação, saúde e trabalho. Dessa maneira, a cronicidade desse problema de situação de rua só agrava, pois quanto mais o tempo passa, a permanência dessas pessoas nesse ambiente, torna-se mais preocupante.   Destarte, é mister que o Estado tome providências para atenuar essa problemática. Cabe ao Ministério do Trabalho, promover, por meio de verbas governamentais, programas de capacitação de serviços voltados para moradores de rua, como forma de empregar essas pessoas e consequentemente, incluí-las na sociedade. Urge, ainda que o Ministério da Saúde realize um atendimento humanizado nas ruas, como meio de cuidar da vitalidade dos residentes de via pública e compreender o diagnóstico do mesmos, para assim, ajudá-los. É necessário também, que psicólogos e representantes de ONGs, palestrem em locais públicos, explicando a importância da família, com o intuito de prevenir os motivos que levam tantos cidadãos as ruas. Desse modo, a realidade distanciar-se-a da obra de Jorge Amado. da Saúde, promover, por meio de verbas governamentais, atendimento humanizado nas ruas, como forma de