Materiais:
Enviada em: 27/06/2019

Construindo desafios    Em 1789, o iluminismo consolidou a declaração dos direitos do homem e do cidadão, garantindo a dignidade humana a todos. Entretanto a população em situação de rua, mostra que a sociedade ainda é incapaz de experimentar os ideais iluministas em sua totalidade. É preciso porem reconhecer que o caminho para solucionar os problemas vivenciados por essa parcela da sociedade é não só valorizar sua dignidade, como também incentivar a proteção por parte do Estado.   Embora essa questão faça parte de um problema complexo, é necessário perceber que, a situação degradante dos moradores de rua fragiliza a sua dignidade humana. O mais preocupante, contudo, é constatar que os direitos humanos segundo a qual todos os indivíduos fazem jus a condições dignas de humanidade não estão sendo praticados. Todavia, a falta de moradia, vestuário e higiene, bem como a carência de serviços básicos vão de encontro àquilo que é garantindo por lei. Tais condições potencializam a marginalização daqueles que se abrigam em logradouros públicos e colaboram para sua desumanização.    Outro fator que também pode ser considerado, nessa mesma perspectiva, é o fato de que grande parte da sociedade, veja o morador de rua como invisível. Nesse viés, o sociólogo francês Pierre Bourdeu, na "teoria do habitus", diz que a sociedade incorpora as estruturas sociais que são impostas à sua realidade. Após aderir, a sociedade naturaliza esse padrão e, por fim o reproduz ao longo da vida. Desse modo enquanto não for assegurado a proteção aos desamparados, o Brasil irá conviver com uma das mais graves evidências da desigualdade: a população de rua.      O desafio que se constrói,  a partir da realidade exposta, é de que a população de rua deixe de ser um problema no país. Nesse sentido, as prefeituras devem minimizar a situação degradante dos moradores de rua, por meio da oferta de serviços básicos, como abrigos diurnos e noturnos, cuidados multidisciplinares e psicossociais, para que seja desconstruída a omissão das autoridades e de toda a sociedade. Para isso, os indivíduos podem realizar campanhas, por intermédio das mídias sociais capazes de reunir doações, como alimentos e roupas, e distribuí-las com urgência, a fim de contribuir para humanização da pessoas em situação de rua. Desse modo aquilo que foi criado para se tornar instrumento de democracia direta não será convertido em mecanismo de opressão simbólica.