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Enviada em: 12/07/2019

No ano de 1850, com o objetivo de efetivar uma concentração fundiária, foi promulgada por Dom Pedro II, o que ficou conhecida como Lei de Terras, na qual ficou estabelecido que propriedades só poderiam ser adquiridas por compra e venda, e não mais pela simples posse. Em paralelo com a atualidade, é fato que um dos principais problemas no Brasil é seu contingente populacional significativo vivendo em situação de rua, reflexo da concentração de terras, e isso se evidencia não só pela ausência de uma assistência efetiva por parte dos Órgãos Públicos, como também pelo descaso de uma parcela da sociedade.      É importante atentar-se, em primeira análise, ao precário auxílio que os moradores de rua recebem do Estado. Segundo dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), existem cerca de 110000 pessoas vivendo em situação de rua no Brasil, desempregadas e constantemente vítimas de abandono e violência. Nesse contexto, é inegável que esse cenário é um resultado de inúmeras políticas públicas incompetentes, como a segurança ineficiente, geração de empregos escassa e abrigos insuficientes. Por conseguinte, é evidente a importância da efetividade das ações do Estado na vida dessas pessoas.      Sincronicamente, em segunda análise, é notório que não se percebe um forte sentimento de cidadania relacionado com os moradores de rua. Segundo Zygmunt Bauman, filósofo polonês, as relações sociais hodiernas estão inseridas na perspectiva da "Modernidade Líquida", baseadas em um agudo individualismo em detrimento do coletivismo filantrópico. Dessa forma, o grande descaso social de uma fração expressiva da população em consonância com a ausência de estímulos às boas ações reflete no atual cenário brasileiro de profunda desigualdade social. Nesse sentido, é indubitável a necessidade de promover incentivos ao acolhimento de cidadãos carentes.      Em suma, é mister que providências sejam tomadas para amenizar o quadro atual. Com o objetivo de aguçar o sentimento de compaixão da população brasileira, urge que Órgãos Filantrópicos, como ONG's, promovam, através de parcerias com os meios de comunicação, campanhas publicitárias na televisão e nas redes sociais, difundindo a relevância de atos solidários para a vida dos moradores de rua, que lutam todos os dias para sobrevier. Somente assim, a desigualdade social, estabelecida por medidas como a Lei de Terras, será atenuada, e desse modo será possível garantir o bem estar social de pessoas carentes desprovidas de moradia.