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Enviada em: 20/07/2019

A palavra rua tem por significado, via pública urbana por onde transitam veículos, porém, esta palavra tornou-se sinônimo de casa para muitas pessoas, essas caracterizadas como população de rua, população que possui em comum a falta de residência e o empenho por manter-se vivos, de modo que busca condições através de trabalhos feitos na própria rua ou até por meio de esmolas. O progressivo aumento do número de moradores de rua gera questionamentos acerca da qualidade de vida e acerca da distribuição de riquezas, porém na maioria dos casos tal questionamento faz-se breve e é apagado juntamente com a preocupação com essas pessoas.         Segundo o Ministério da Saúde, São Paulo encontra-se como sendo a capital com maior número de moradores de rua do país, fato este que se faz ainda mais agravante quando retrata que cerca de 788 casos de violência foram registrados na capital, refletindo uma realidade que encontra-se escondida na sociedade do “politicamente correto”, a realidade do preconceito. A violência, medo e doenças são realidades vividas por moradores de rua constantemente, de modo que este acaba por criar vínculos apenas com si mesmo, passando a não confiar em outras pessoas, porém em tal contexto entra a exclusão, situação essa que gera um pensamento de invisibilidade e insignificância de tais pessoas, reforçado muitas vezes, através da discriminação.         O geógrafo Milton Santos, em sua obra “Globalização Perversa”, defende que o a busca por consumo e busca por reconhecimento próprio faz com que não vejamos as perversidades do mundo, perversidades essas que encontramos frequentemente. Para diversas pessoas a questão do morador de rua é vista como um problema, de modo que seria melhor uma solução simples como a expulsão ou punição destes, porém tal iniciativa não prevê a solução, apenas esconder o problema, tal pensamento muito se deve a falta de visibilidade desta população, de maneira que, esses residentes são marcados pela falta de dados sobre estes, reafirmando o conceito de falta de relevância e preocupação social.         A frase “ninguém mora na rua porque quer” é a marca para reafirmação da preocupação para com tais residentes, estes que devem ser tratados como iguais e com maior zelo para que possam novamente ingressar em uma sociedade da qual já foram excluídos. O progressivo aumento de tal condição gera aflição e necessidade de solução, para tal deve-se haver busca por melhor qualificação de profissionais de saúde para atuar com tal população e também faz-se necessária a realização de um censo que vise a contabilização de tal população, de modo que haja engajamento em coleta de dados para que a partir de determinada ação possa haver planejamento de medidas que visem a solução desta condição.