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Enviada em: 20/07/2019

No livro Capitães da Areia, de Jorge Amado, é retratado a realidade de menores de idade em situação de rua em Salvador, na Bahia. Fora das páginas do livro, no atual cenário brasileiro, os moradores de rua enfrentam a mesma vida hostil dos personagens do escritor. Nesse seguimento, a não aplicação de leis vigentes e o preconceito da sociedade para com os desabrigados marginalizam, ainda mais, essa parcela esquecida da população do país.       Em uma primeira análise, é importante destacar que a Constituição de 1988, baseada nas diretrizes dos Direitos Humanos, garante moradia a todos. Todavia, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), há mais de cem mil pessoas em situação de rua no Brasil. Dessa forma, é visível que esses indivíduos são uma parcela significativa da população, entretanto, infelizmente, o Estado tem se mostrado omisso com a falta de políticas públicas. Ademais, o preconceito direcionado aos moradores de rua negligenciam, ainda mais, essas pessoas.       Nessa mesma perspectiva, em Curitiba, os sem-teto são vistos como uma "praga urbana". Segundo o site do G1, o portal de notícias da Globo, na capital paranaense foram instaladas gradas pontiagudas para evitar a aproximação e encanamentos para encharcar a calçada e assim evitar essa população pobre que vive nas ruas. Em aversão ao acontecido no Paraná, no Rio Grande do Sul, em uma noite fria de 2019, os clubes de futebol gaúchos com a ajuda da população abrigaram os desprotegidos no Gigantinho, um ginásio pertencente ao Internacional, em que foi servido janta, café da manhã e os foi dado abrigo durante o inverno. Contudo, mesmo com comportamentos solidários os preconceituosos ainda são maioria, fato que segrega ainda mais os pobres que moram nas ruas, fato que necessita de intervenções.       Fica claro, portanto, que a parceria entre governo e mídia podem diminuir os impactos da problemática. O primeiro deve garantir moradia e reinserção ao mercado de trabalho para os desabrigados, por meio de políticas públicas, para assim ir ao encontro das normativas propostas pela Constituição que rege o país. Além disso, a mídia, importante ator de coerção social, deve sensibilizar a sociedade, fazendo isso por meio novelas e programas de televisão aberta, a fim de mitigar tamanho preconceito. Desse modo, a realidade hostil das pessoas em situação de vida, ficarão apenas nas páginas do livro do escritor Jorge Amado.