Enviada em: 22/07/2019

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada em 1948 e da qual o Brasil faz parte, todo ser tem direito ao bem estar social. No entanto, o que vivencia-se atualmente no país é uma grande quantidade de moradores de rua, marginalizados e não dispondo deste direito básico. Portanto, faz-se necessário analisar as condições os coeficientes que contribuem para a perpetuação dessa patologia social. Em primeiro lugar, é visível que a segregação da população de rua é um fenômeno que passa desapercebido por grande parte da sociedade, apesar de contar com mais de 100 mil indivíduos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Sobre esse fator é possível aplicar um dos conceitos do filósofo Adolfo Vázquez, que afirma que um acontecimento que repete-se com frequência tende a ser naturalizado. Dessa forma, tal problemática propende a ser encarada como um fato cotidiano, com estes indivíduos cada vez mais ignorados e excluídos do restante do corpo social. Por outro lado, há a falha tentativa de resolução do problema através do viés estético. Assim como em 1808, com a vinda da família real ao Rio de Janeiro - onde a cidade foi inteiramente construída para ser fonte de beleza, lazer e cultura para D. João e a elite portuguesa, expulsando para os morros a população pobre - a presença dessa mesma população nas rua dos grandes centros urbanos só é percebida quando torna-se um incômodo para a aparência de um lugar "equilibrado". No entanto, ao remover essas pessoas sem dar-lhes apoio , esse problema é apenas mascarado. Em suma, faz-se imprescindível a atuação governamental para que todos os cidadãos disponham de dignidade, através da criação de abrigos para moradores de rua, que contem com alimentação, higiene e cursos para a reinserção no meio social. Além disso, as instituições de ensino devem realizar projetos de arrecadação de produtos que possam colaborar para a continuidade desses abrigos, incluindo não só o corpo docente e discente como a comunidade externa, a fim de auxiliar esses abrigos e também recriar uma consciência de cidadania coletiva.