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Enviada em: 16/08/2019

Destoante da realidade ideal, embora o Brasil tenha sido palco de significativos avanços no espectro social, ainda sofre diante do cenário distópico de indivíduos em situação de rua. Nessa perspectiva, parte do problema está direta e intimamente ligado a fatores socioeconômicos do país diante da desigualdade e estratificação na estrutura da sociedade, propiciadas por toda uma conjuntura histórica desfavorável ao pleno usufruto dos diretos à dignidade e à vida, como hoje assegura a própria Constituição Federal de 1988. Nesse viés, medidas são, pois, mais que fundamentais para se atingir a reversão desse panorama crítico.      Dentro de lógica, o alto índice de desemprego no país colabora para a intensificação dessa situação ao longo do tempo. Nesse sentido, esse panorama é refletido nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de acordo com o qual quase 13% da população está em situação de desemprego, evidenciando uma disparidade de oportunidades e de formas de meios com os quais garantir ao menos uma moradia digna, embora exista, de fato, estratégias públicas de amparo a famílias mais carentes com o Projeto de Aceleração de Crescimento, que é benéfico em significante medida para a sociedade como um todo, contudo, incapaz de, por si só, solucionar a totalidade e abrangência desse problema. Dessa maneira, é triste e notório a persistência desse desafio no Brasil, diante das dificuldades que ele traz e representa na qualidade de vida do brasileiro.      Outrossim, a perpetuidade dessa realidade distópica está intrinsecamente relacionado à escassez de oportunidades em suas mais amplas vertentes. Assim, a baixíssima qualidade da educação pública, em seus vários níveis, é um dos fatores que intensifica esse cenário em que mais de 100 mil pessoas vivem em situação de rua, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, já que a incapacidade intelectual limita o indivíduo e o impele a sobreviver sob duras penas, pois não o impulsiona a ter nenhuma espécie de desenvolvimento profissional com o qual promova o seu próprio meio de subsistência. Nessa lógica, infelizmente, infere-se que o fulcro da questão situa-se especificamente dentro de um viés estrutural -- ou desestrutural -- da própria sociedade.        Destarte, a população em situação de rua representa, no âmbito brasileiro, um seríssimo caso a ser superado. Por isso, cabe ao Estado, na figura do Ministério da Educação, desenvolver e expandir o processo de democratização do ensino ao mesmo tempo em que promove a capacitação intelectual e profissional do indivíduo, a partir do investimento mais intenso nessa área, ampliando a estrutura escolar e o nível dos educadores. Dessa forma, pretende-se de proporcionar, pela educação, o acesso a oportunidades de trabalho e de liberdade financeira, erradicando definitivamente esse problema.