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Enviada em: 16/08/2019

Em 1997, Brasília foi palco de um episódio trágico contra um indígena que dormia numa parada de ônibus. Isto é, cinco jovens de classe média atearam fogo ao corpo de Galdino Jesus dos Santos, que teve 95% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos. Dessa forma, notícias como essa evidenciam o quanto o povo brasileiro negligencia e não se importa com a pessoa que está em situação de rua no país, independentemente do tempo histórico.       Consoante a isso, em 2011 foi registrado pelo Disque 100 – pronto socorro 24 horas aos Direitos Humanos – 453 denúncias de violência conta moradores de rua. Segundo registros do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores, entre abril de 2011 e março de 2012, 113 assassinatos continuavam sem solução; não havia responsáveis ou avanços nas investigações. Em suma, a falta de preocupação e empatia da sociedade e do Estado com os moradores de rua agravam a situação de inviabilização destes indivíduos. Bem como estudos apontam, o repúdio por essa parcela social é salientada na violência utilizada para realização destes crimes, onde os moradores são agredidos à base de pauladas, pedradas, são queimados vivos ou envenenados.       Entretanto, há quem ainda acredite que a mudança no conceito brasileiro sobre moradores de rua possa acontecer e, também que tenha uma conscientização sobre a situação destes cidadãos que têm seus direitos humanos infligidos. Analogamente, no Distrito Federal. no mês de agosto de 2019, uma exposição artística foi feita em frente à Administração Regional de Taguatinga. Em suma, a exposição consiste em quarenta telas pintadas por quem vive na rua para retratar sua realidade: o organizador da exposição também vive nas ruas, mas conseguiu um emprego através do Centro Pop – unidade pública de atendimento a pessoas em situação de rua –. O trabalho é uma parceria entre o Centro Pop e a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, com indivíduos que frequentam o local. Outrossim, na Bahia foi criado pela Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia um série de curtas sobre a vida de moradores de rua, intitulado “Nas Vidas das Ruas”.       Portanto, é notório que no Brasil há grande descaso e falta de visibilidade com os indivíduos em situação de rua, sendo algo atemporal. Porém, há também uma parcela da sociedade que está mudando seu jeito de ver e lidar com essas pessoas invisíveis ao Estado. Assim sendo, urge de medidas que o Congresso Nacional em conjunto da Secretaria dos Direitos Humanos, apure leis e projetos que visem trazer mais segurança e tratar estes cidadãos como merecem ser tratados e também apoie melhor financeiramente e publicitariamente ONG’s e corporações como o Centro Pop e a Escola de Administração da UFBA, por meio de verbas e propagandas em canais de televisão.