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Enviada em: 21/08/2019

A partir do século XX, com a crescente urbanização, houve a modernização dos grandes centros. Simultaneamente, tem-se o deslocamento de muitas pessoas para a periferia, o que causou uma segregação socioespacial, que pode ser vista, claramente, na situação da população de rua no Brasil. Desse modo, é válido ressaltar que existem variadas razões que levam às pessoas a viverem na rua e que a falta de políticas públicas que melhorem a situação desse grupo faz com que permaneçam vivendo dessa maneira.  É possível afirmar que cada pessoa tem sua vivência e suas particularidades. Trazendo isso para a situação dos moradores de rua no Brasil, é evidente que cada um deles têm uma razão específica que fez com que chegassem nessa situação. Por exemplo, segundo pesquisa realizada Ministério de Desenvolvimento Social, cerca de 29,1% desse grupo vão para as ruas devido a problemas familiares. Nesse caso, as pessoas fazem essa escolha devido a, por exemplo, abusos sexuais ou violência que sofreu dentro de casa. Por conseguinte, a família que, segundo Talcott Parsons, é a máquina que produz personalidades humanas, acaba por afastar seus entes que são obrigados a formar seu caráter longe de casa.  Ademais, a falta de políticas públicas ou a ineficiência dessas acaba por piorar a situação desse grupo. Isso entra em contradição com a própria Constituição Cidadã, já que essa garante o direito à moradia digna. Contudo, muitos dos programas criados não atendem todas as pessoas que precisa. Por exemplo, em 2015 foi criado o Programa Operação Trabalho PopRua que visava fornecer emprego à população de rua, porém,apenas 243 pessoas passaram por ele. Em outros casos, como em algumas cidades menores, estas políticas não chegam nem sequer a existir, trazendo a tona, com isso, a vulnerabilidade em que se encontra essa minoria.    É imprescindível, portanto, que medidas sejam tomadas para que ocorra uma melhora na situação dos moradores de rua. As prefeituras das cidades brasileiras, seja elas com um maior contingente populacional ou não, devem construir alojamentos para abrigar o maior número possível de pessoas e não uma pequena parcela. Esses podem ser construídos em locais que ofereçam alguma oportunidade de trabalho para esse grupo ou nas proximidades dos locais de trabalho de alguns deles, já que existem aqueles que possuem as suas ocupações. Assim, espera-se que a segregação socioespacial não traga tantas consequências às cidades.