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Enviada em: 03/10/2019

Com o início da Revolução Industrial no século XVIII, encerrou-se progressivamente a transição entre o feudalismo e o capitalismo, e em meio deste processo o camponês perde sua propriedade de forma repentina, passando a vender sua força de trabalho, mas os que não conseguem são descartados e vão viver nas ruas. No cenário atual, a situação dos sem teto é cada vez mais alarmante, pois a quantidade de pessoas em tal condição ainda é crescente, juntamente com os índices de violência sofrido por eles e a falta de políticas de inclusão. Deste modo, é necessário analisar o fenômeno para que se possa contorná-lo.    Em primeiro lugar, é importante destacar que, segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2015, mais de 100 mil pessoas se encontravam vivendo nas ruas do país. Com isso, é possível observar a falta de políticas públicas de inclusão e a fragilidade de redes de apoio, pois muitos moradores de rua sofrem com a exclusão, falta de moradia, educação e alimento. Devido a esses fatores, diversos indivíduos em situação de abandono são levados ao adoecimento mental, sendo cada vez mais movidos para as margens de uma sociedade excludente e segregada.   Ademais, além dos fatores citados, a violência sofrida por moradores de rua apenas por sua situação é preocupante. Segundo o Ministério da Saúde, entre 2015 e 2017, mais de 17 mil casos de agressão foram notificados. Desta forma, é reconhecível o incômodo que os mesmos ocasionam em pessoas com condições melhores de vida, das quais disseminam propostas excludentes para encobrir a enorme segregação social vivida hoje no Brasil.   Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para a conscientização da população acerca do problema, urge que o Ministério da Educação, por meio de verbas governamentais, promova cursos gratuitos para qualificar profissionalmente moradores em situação de rua, possibilitando a inserção destes no mercado de trabalho. Para que haja maior alcance de indivíduos, a divulgação deve ser feita através de panfletos e das grandes mídias, pois assim pode haver o incentivo de parentes ou conhecidos quanto ao curso. Além disso, é necessário que o governo promova propostas de inclusão, oferecendo habitações permanentes e assistentes sociais, assim como ocorre na Finlândia, que segundo o "European Federation of National Organisations working with the Homeless" (FEANTSA), em 2015, era o único país da União Europeia que não apresentava aumento no número de moradores de rua. Deste modo, é possível reverter a situação atual e incluir indivíduos esquecidos às margens da sociedade para uma vida melhor.