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Enviada em: 02/10/2017

Pitágoras, grande matemático grego, diz em um momento célebre de sua vida que é preciso educar as crianças para não ser necessário castigar os homens. Quiçá, hoje, ele percebesse oportuna sua citação. A postura de muitos brasileiros frente à justiça com as próprias mãos é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática da violência, ligada profundamente à realidade do país.    Primeiramente, é inegável que a questão jurídica e sua aplicação estejam entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a base da sociedade é a justiça. Nessa perspectiva, é possível notar que, no Brasil, os justiceiros anulam essa ideia; haja vista que, embora esteja prescrito na Constituição o princípio de isonomia, com o qual todos devem ser tratados da mesma forma, muitos indivíduos ainda persistem em propagar agressões na tentativa de promover a isonomia, ignorando as consequências dessa prática.    Segundo pesquisas, a cidade do Rio de Janeiro é a que mais contém casos do tema supracitado. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, se uma criança vive em um âmbito com tal comportamento, tende a adotá-lo, também, por conta da vivência em grupo, perpetuando o dilema no Brasil.    Portanto, cabe a Polícia Civil criar uma ouvidoria pública e online para denúncias anônimas a fim de investigá-las, protegendo a identidade e integridade das vítimas. Outrossim, o Governo Federal deve promover vistorias nos fóruns do país com o fito de desvendar as possíveis denúncias que são arquivadas e que não são levadas adiante nos tribunais. Finalmente, a população deve se mobilizar nas redes sociais com o objetivo de esclarecer à população os males da justiça com as próprias mãos. Assim, o país poderá se transformar em um lugar que Pitágoras pudesse se orgulhar.