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Enviada em: 04/10/2017

Contrariamente ao que visou a redemocratização brasileira de 1985, a prática do justiçamento ainda é recorrente na sociedade. Desse modo, o equilíbrio de uma nação equânime é ameaçada. Nesse contexto, deve-se analisar como a descrença na justiça e a carência de conhecimento desta influenciam na perpetuação do problema em questão.       A população que pratica a justiça com as próprias mãos é a mesma que desacredita das instituições legais, seja por descaso ou demora no cumprimento de suas funções. Exemplos claros são os insistentes casos em que moradores ao serem lesados revoltam-se de imediato, o que enfatiza o pensamento do filósofo Thomas Hobbes de que o homem é o lobo do próprio homem. Sob esse ângulo, o justiçado torna-se uma vítima.        Outro fator significativo é a carência de conhecimento sobre justiça. Em uma de suas canções, o rapper Criolo afirma que as pessoas não são más, elas só estão perdidas. De maneira análoga, é possível perceber que uma população revoltada - mesmo com inúmeros motivos para tal - não é capaz de discernir as regras para viver em harmonia e leis que a assegure, uma vez que não está devidamente instruída. Em consequência disso, o justiçamento é potencializado.        Vê-se então a urgência de medidas que resolvam o impasse. É interessante que o Governo em parceria ao Ministério da Justiça intensifique suas funções de forma que agilizem os processos judiciais e julgamentos contra os infratores, a fim de que a população sinta-se amparada pelas instituições legais que cumprem com suas atividades. Além do mais, que haja mobilização dos agentes comunitários com a cooperação de profissionais jurídicos por meio de reuniões e debates com os moradores sobre noções penais básicas, no intuito de esclarecer e conhecer a justiça. Desse modo, evita-se que a vítima torne-se culpada.