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Enviada em: 06/10/2017

Na produção cinematográfica "The Batman", Bruce Wayne é um homem-morcego que, protagonizando o papel de justiceiro, protege "Gotham City" de malfeitores. Fora do cinema e no Brasil, torna-se ascendentemente comum que parte do tecido social negligencie a lei e, como o personagem, faça justiça com as próprias mãos. Esse imbróglio é consequência de vários fatores que devem ser analisados e superados.       Segundo o Atlas da Violência, a taxa de homicídios no Brasil aumentou 10% de 2005 a 2015 e, com isso, o contingente demográfico não se sente seguro. Logo, é fundamental citar que os justiceiros são apenas o resultado mais sublime da crescente violência que permeia a sociedade brasileira associada a falta de credibilidade que essa tem para com os órgãos de segurança. Com efeito, surgem figuras como o Motoqueiro Fantasma do Piauí, homem que, portando uma arma de fogo, evitava assaltos e matava bandidos como se estivesse em um romance de Nora Roberts.    Entretanto, esse problema está longe de ser resolvido. Isso porque os métodos usados hodiernamente para assegurar a paz e segurança garantidas pela Constituição são pouco eficientes. Nos presídios, poucos ou nenhum são os mecanismo à disposição para ressocialização de detentos e, dessa forma, quando adquirem sua liberdade, sete em cada dez ex-presidiários volta a cometer crimes, segundo o presidente do Supremo Tribunal Federal. Além disso, falta integração e eficiência nas polícias do Brasil que trabalham sob um modelo ultrapassado de combate ao crime e, por não apresentarem resultados efetivos, perdem a confiança da população e dão espaço para que essa vingue-se à sua maneira.        Desse modo, para que os justiceiros protagonizem apenas ficções, medidas são necessárias. A fim de diminuir os índices de violência, o Ministério da Justiça deve, em parceria com o Ministério da Educação, elaborar um projeto de metas de ressocialização que inclua tanto ações de educação e alfabetização como ensino profissionalizante, pois, nesse contexto, os detentos terão outra alternativa além do crime. Por fim, é preciso que a Polícia Federal inicie uma reforma no Modelo Policial, investindo em investigações e ações integradas de ciclo completo e que, por meio de aplicativos de denúncia e mapeamento, procure incentivar o trabalho conjunto com a população para que, fazendo seu ofício eficientemente, agentes de segurança não deem espaço para brasileiros façam justiça a seu modo.