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Enviada em: 11/10/2017

A derrota de Sartre.  Com intuito de vingar a morte dos seus pais, além de almejar deter as mazelas hodiernas que permeiam "Gotham City", o jovem milionário Bruce Wayne torna-se um vigilante autônomo, acreditando fazer justiça por conta própria. Paralelamente, em uma realidade que se assemelha constantemente com a ficção, os justiceiros, comumente conhecidos, nutridos da ineficiência de autoridades incumbidas para com a lei, enchem-se de falsas perspectivas ao saírem pelas ruas para combater o crime. No entanto, em contraste com o princípio de não violência defendido por Gandhi, esses pseudo-batmans acabam se esquecendo que nem sempre "os fins justificam os meios".  Primordialmente, ao analisar o tema supracitado por um prisma estreitamente histórico, é constatado um alicerce que sustenta toda à problemática. O "Código de Hamurabi" -fecundado pelos babilônios- engloba um dos mais importantes preceitos: "A Lei de Talião". Tal lei, difundida na máxima do "olho por olho; dente por dente" foi, por muito tempo, usada para justificar os atos caóticos de diversas sociedades, onde indivíduos que almejavam vingança pessoal ou familiar, tinham não somente o direito, mas o dever de devolver ao autor do delito uma sentença que se equiparasse ao ato cometido por ele. Como resultado, essa ação impetuosa, que muito embora seja originada de países europeus, é refletida diretamente no corpo social brasileiro.  Outrossim, as manifestações coletivas de violência, que têm como objetivo vingar um crime, acontecem mais em lugares onde o Estado está presente de forma precária - ou quando, de alguma forma, a população considera que as instituições de justiça são frágeis e incapazes de resolver seus problemas. Esse tipo de crime acontece mais em contextos dominados pelo medo, onde as pessoas se sentem desprotegidas, e onde paira a sensação de impunidade. Embora, de acordo Afrânio Peixoto, a injustiça seja a mãe da violência, não é pela barbárie que a lei é feita.  Urge, portanto, a necessidade de ações que possam amenizar à problemática. Com isso, o Governo Federal, especificamente o Sistema Judiciário, deve investir em policiais nitidamente treinados e equipados para melhor prender e retirar os meliantes das ruas, bem como fazer parcerias com instituições privadas, promovendo assim projetos sociais. O MEC deve investir de forma mais rigorosa na educação, pois será somente com ela que Escolas/Universidades poderão difundir uma cultura de criticidade, como elaborar disciplinas afins para a discussão do tema supracitado. Por fim, a sociedade deve mudar seu comportamento diante o impasse, lutando continuamente pelos seus direitos e tentando ir sempre contra a derrota, que de acordo Sartre, é o que. a violência é.