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Enviada em: 10/10/2017

No limiar do século XXI, o Brasil tem enfrentado as consequências históricas de intervenções sociais falhas por parte de seus governantes, a título de exemplo, a crise de segurança pública. Conforme defende o sociólogo Jean Paul Sartre, " a violência seja qual for a maneira como ela se manifeste, ela será sempre uma derrota". Sendo assim, a prática da justiça com a próprias mãos pelos brasileiros, um recurso encontrado pela população à morosidade do poder público, configura um malogro de áreas como segurança e educação.       Mormente, é necessário entender que o ideal de justiça realizada pelo próprio indivíduo tem sua origem no primeiro conjunto de leis que se tem registro, o Código de Hamurabi. Sem levar em conta os direitos humanos, esse princípio tem propagado-se perante a sociedade brasileira, graças a depreciação e a incapacidade dos órgãos públicos em controlar a violência. Além do mais, a lentidão em que o sistema judiciário trabalha  tem intensificado o descrédito da população no poder do Estado. O que, por consequência, gera um aumento nos números de adeptos à pena de morte e a bandeiras como "Bandido bom é bandido morto".       Ademais, a autotutela dos crimes no país é devido, também,  a ineficiência de ações educacionais que visem o ensino de direitos humanos e a conscientização dos alunos. Além disso, cabe ressaltar que linchamentos populares têm um anseio de vingança superior ao de justiça, o que os torna ainda mais violentos e demonstra a dificuldade que a população tem de entender o infrator como ser humano que merece ser julgado conforme a lei do país. Além de que, a prática dessas agressões impede que o acusado tenha seu direito a ampla defesa, que é prevista em  Estados Democrático de Direito.       Destarte, torna-se evidente que a justiça com as próprias mãos deve ser combatida. Em razão disso, o Estado através do Ministério Público, em parceria com o Poder Judiciário, deve julgar os casos e deter os agressores, além de contratar maior efetivo para que os processos sejam acelerados. O Ministério da Educação deve tornar obrigatório o ensino dos Direitos Humanos nas cargas horárias dos ensinos, infantil, fundamental e médio. Além disso, a Secretaria dos Direitos Humanos, junto a ONG's, devem disseminar debates e palestras proferidas por sociólogos em redes sociais a fim de desconstruir a violência instalada no país.